Fique atento: golpistas estão de olho nos R$ 300 milhões do décimo terceiro

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Golpes de Fim de Ano, entrevista com o delgado Rogério Dantas

Sinônimo de intensa movimentação comercial, o fim de ano exige olhos bem abertos da população para não ser vítima dos estelionatários. Só neste mês, mais de R$ 300 milhões devem ser injetados na economia de Bauru com o 13.º salário, segundo estima a Associação Comercial Industrial de Bauru (Acib). Atentos a este montante, os golpistas, que também procuram uma “renda extra”, lançam várias iscas para fisgar novas vítimas. Preocupada com a situação, a Polícia Civil alerta para o aumento dos mais diversos tipos de golpes e orienta sobre os mais comuns nesta época (veja no quadro abaixo).

Na procura por melhores ofertas e seduzidos por preços baixos, os consumidores buscam vantagens justamente para aproveitar melhor o décimo terceiro. E aí que pode morar o perigo, porque os estelionatários se aproveitam das ambições dos consumidores, que, na pressa e ansiedade, acabam firmando compras ignorando preceitos básicos de segurança e de consumo.

“O cidadão deve ter cautela e desconfiar quando as vantagens forem demais. O smartphone ampliou o acesso à Internet e também os golpes. O sujeito não precisa mais de um computador laptop pra praticar crimes. Ele o faz a qualquer hora e de qualquer lugar”, frisa o delegado Rogério Dantas, responsável pelo Setor de Investigações Gerais (SIG), que apura crimes como furtos e estelionatos na cidade.”Nesta época, alguns crimes dobram, porque o ladrão também tem família e quer garantir seu ‘décimo terceiro'”.

40 CASOS

Entre os golpes que mais crescem no fim de ano está o do falso sequestro, o do site de anúncios, o do bilhete premiado, o do carro vendido e o da casa de veraneio. Há também uma modalidade de estelionato “de cara nova” circulando por Bauru, conforme o JC noticiou na edição de 22 de novembro: os falsos servidores da prefeitura contra escorpiões.

“No do falso anúncio temos registrado até 40 BOs (boletins de ocorrência) por mês, o dobro do normal. São vítimas jovens e adultas, sem uma faixa de renda estabelecida. E 50% destes crimes envolvem venda de celular, que são ofertados muito abaixo do preço”, detalha o delegado. “Muitas vezes, o 13.º não dá conta de presentear a todos da família e o malandro se aproveita disso para aplicar os golpes nas pessoas”, completa.

Dantas admite que menos da metade desses tipos de registros na Polícia Civil são solucionados, justamente por causa da dificuldade de rastreamento dos autores.

“Os sites de anúncios só oferecem o espaço para a venda, não são responsáveis pelo negócio. A repressão é difícil, trabalhosa. Por isso, é necessário que a pessoa se previna antes”, cita.

A facilidade em abrir contas bancárias e em habilitar celulares também é elencada pelo delegado como barreira na prevenção destes tipos de crimes. “95% dos casos são cometidos por gente de fora, mas que, às vezes, possuem celular com DDD 14 habilitado. Com documentos furtados, o estelionatário pode conseguir isso”, complementa.

Já o falso sequestro, que há anos faz vítimas em Bauru, tem registrado aumento médio de até 20% no final de ano, seguido pelo golpe do bilhete premiado, que têm média de até três casos por mês.

Da alegria à tristeza

O que era para ser motivo de felicidade no Natal para uma família da Vila Quaggio se transformou em dor de cabeça. Após vender os dois videogames de seus filhos de 4 e 7 anos, um barbeiro de 34 anos – que pediu para ter seu nome preservado – esperava comprar, com o dinheiro, um aparelho melhor. Mas o plano foi por água abaixo no final de outubro, depois que ele se rendeu às tentações de um falso anúncio postado em um site por um golpista.

“O Playstation 4 custa R$ 1,9 mil, mas ele vendia por R$ 900,00. A ansiedade bateu forte e fiquei com medo de perder o negócio. No mesmo dia, conversamos por telefone e depositei o dinheiro em uma conta de um terceiro que ele me passou”, conta.

O barbeiro diz que até chegou a pedir que o vendedor enviasse a foto de seu documento de identificação. Mas, depois, soube que o documento era furtado. “O rapaz dono do documento publicou no Facebook que bandidos estavam usando o nome dele”, observa o barbeiro. “Agora, é juntar dinheiro para tentar consertar o estrago com meus filhos”, lamenta.

CARRO FALSO

Em outro caso, um professor de 45 anos esperava começar 2019 de carro novo. Para isso, o morador do Jardim Petrópolis vendeu um dos dois veículos da família e iniciou pesquisas. A proposta de um Citroën C3, com preço de tabela Fipe na casa dos R$ 20 mil, mas anunciado por R$ 12,6 mil em um site de anúncios, em novembro, “encheu seus olhos”.

A vítima, então, iniciou negociação por celular com o criminoso, que se passava por intermediador. E o professor conseguiu baixar ainda mais o preço: R$ 10 mil. Ele não pensou duas vezes e realizou três depósitos de R$ 1,5 mil, em três contas. “Eu estranhei, mas ele passava certa confiança e informou o CNPJ de um estacionamento que possuía cadastro na Receita Federal. Acreditei em um negócio confiável e vantajoso. Só me dei conta quando fui buscar o carro e não havia estacionamento nenhum”, lamenta o professor.

Carro pela metade do preço era golpe

Morador do Jardim Petrópolis, um professor de escola pública de 45 anos esperava começar 2019 com um carro novo. Para isso, vendeu um dos dois carros da família e iniciou buscas por um bom negócio.

A proposta de um Citroën C3, com preço de tabela Fipe na casa dos R$ 20 mil, mas anunciado por R$ 12,6 mil em um site de anúncios, no final de novembro, “encheu seus olhos”. O morador, então, iniciou negociação por celular com o criminoso, que se passava por intermediador da venda. E o professor conseguiu baixar ainda mais o preço do veículo: R$ 10 mil. Crente na vantagem, a vítima não pensou duas vezes e realizou três depósitos de R$ 1,5 mil mil, em três contas, como “sinal” para compra do carro, que estaria em outra cidade.

“Eu estranhei, mas ele passava certa confiança e informou o CNPJ de um estacionamento que possuía cadastro na Receita Federal. Acreditei em um negócio confiável e vantajoso. Só me dei conta quando fui buscar o carro e não havia estacionamento nenhum. E o golpista não me atendeu mais”, lamenta o professor.

Fonte: https://m.jcnet.com.br/Policia/2018/12/fique-atento-golpistas-estao-de-olho-nos-300-milhoes-do-decimo-terceiro.html?utm_source=Whatsapp&utm_medium=referral&utm_campaign=Share-Whatsapp

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