Entidades se unem para cobrar o funcionamento permanente do HC

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HC funciona, hoje, como hospital de campanha para a Covid-19. Crédito: Aceituno Jr.

APM, Assenag, OAB e Acib reivindicam que a unidade seja aberta como hospital geral de média e alta complexidade

A Associação Paulista de Medicina (APM), Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru (Assenag), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Bauru e Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib) se uniram para cobrar o funcionamento permanente do Hospital das Clínicas (HC) de Bauru, inaugurado no dia 1 de julho como hospital de campanha para a Covid-19. As entidades querem que o local seja aberto como um hospital geral de média e alta complexidade, motivo pelo qual foi projetado e, com isso, reduzindo o tempo de espera por vagas de UTI no município.

De acordo com o presidente da APM, Marcos Cabello, na manhã desta sexta-feira (4), foi realizada uma reunião virtual entre ele, Reinaldo Cafeo (presidente da Acib), Márcia Negrisoli (presidente da OAB Bauru), Alfredo Neme (presidente da Assenag) e alguns lojistas de da cidade, a fim de traçar estratégias e definir quais ações serão tomadas para que a cobrança chegue ao governo estadual. “O governador João Doria esteve em Bauru e deu sua palavra de que o HC vai continuar aberto. Vamos cobrar para que isso seja cumprido”, afirma.

Cabello ainda relata que está agendado um novo encontro virtual entre os representantes, na manhã desta segunda-feira (7), para elaborar um documento com todas as propostas. Após a formulação, este texto será assinado pelas entidades. “É uma grande união da sociedade para mostrar ao Estado a importância do HC para a parte acadêmica e para a saúde de Bauru”, complementa o presidente da APM.

Conforme o JC noticiou, existe, ainda, uma mobilização de alunos do curso de Medicina da FOB da USP. Eles criaram o movimento “O HC não pode morrer”, a fim de pedir a abertura integral da unidade.

ENTENDA O CASO

Conforme o JC noticiou, o HC foi aberto em julho, como hospital de campanha, em meio ao aumento de casos da Covid-19. Logo, a possibilidade de que a unidade somente ficaria ativa durante a pandemia começou a ser aventada. Porém, no início de outubro, em visita a Bauru, o governador João Doria garantiu que o Estado manteria o hospital em funcionamento mesmo após o fim da batalha contra o coronavírus, para atendimento de pacientes com demandas relacionadas a outras especialidades médicas.

Mesmo assim, nenhum documento que garanta a continuidade do HC foi assinado, o que preocupa diversos setores da sociedade. O temor foi ampliado no final do mês passado, quando a Famesp, que faz a gestão da unidade, anunciou que pararia de atender pacientes de Covid-19 no dia 1 de dezembro. O Estado, contudo, informou logo em seguida a prorrogação da unidade, como hospital de campanha, por mais alguns meses, com base em uma projeção de uma possível segunda onda da Covid-19 em Bauru (leia mais nas páginas 8 e 9).

Por outro lado, isso segue sem assegurar a abertura definitiva da unidade, o que tem motivado as diversas manifestações da sociedade civil.

Atualmente com 20 leitos de enfermaria para atendimento de pacientes com quadros menos complexos de Covid-19, o HC tem custo aproximado de R$ 1 milhão mensais e cerca de 100 funcionários trabalham no local.

Sobre a abertura definitiva da unidade como hospital geral, a Secretaria de Estado de Saúde já se posicionou recentemente, em nota, afirmando que “as medidas para implantação do HC no prédio da USP envolvem discussões técnicas, como aprimoramento de infraestrutura e perfil assistencial, que são objeto de análise pelas equipes da pasta, considerando as necessidades regionais”.

Reunião na OAB

Nesta sexta-feira (4), foi realizada uma reunião na OAB entre a presidente da entidade, Márcia Negrisoli, a vereadora eleita Estela Almagro (PT), o coordenador da CUT estadual, Itamar Calado, e estudantes do curso de Medicina da FOB da USP de Bauru, visando a manutenção do HC. Este encontro foi uma das medidas definidas por diversos representantes da sociedade civil bauruense, em encontro realizado na Apeoesp, na última quarta (2).

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