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Engarrafamentos facilitam roubos cada vez mais frequentes de celulares em São Paulo

Além do tempo perdido, além do combustível desperdiçado, os congestionamentos de trânsito em São Paulo têm produzido um prejuízo adicional. Quem fica preso num engarrafamento fica sujeito à ação dos ladrões e acaba entrando para os registros policiais de uma metrópole onde são roubados 250 celulares por dia.

Imagens mostram um homem que anda apressado numa das avenidas mais movimentadas da Zona Leste de São Paulo atrás de uma vítima. Um carro, que anda devagar por causa do trânsito, é o alvo. O assaltante espera ele parar, quebra o vidro do lado do passageiro, rouba o celular da motorista e sai correndo. Os homens que estão no carro de trás veem a cena e correm atrás do ladrão. Ele consegue escapar, mas jogou o celular. O produtor William Santos conversou com a mulher que foi vítima. Minutos antes, o mesmo assaltante já tinha tentado roubar outro carro.

Há uma semana o Jornal Nacional acompanha a ação de ladrões na região. A avenida Salim Farah Maluf dá acesso à Marginal Tietê e à rodovia Presidente Dutra. O que levou a equipe até lá foi a quantidade de estilhaços de vidro espalhados no chão. Numa alça de acesso para a avenida, os ataques são sempre no fim da tarde, quando o trânsito está mais congestionado. Assim que anoitece, os ladrões vão para um semáforo que fica a 300 metros do local.

Dia 1º de fevereiro, 19h15. Um homem caminha pela calçada, de olho nos carros. Ele passa e observa um jipe amarelo. Usa a blusa para cobrir uma das mãos e ataca. O criminoso entra com parte do corpo dentro do carro. Em questão de segundos, corre levando o celular do motorista. Depois do roubo, o ladrão tira a blusa e entra num carro preto.

Na sexta-feira (4), a equipe do Jornal Nacional flagrou outra tentativa de assalto no mesmo lugar. O ladrão usa o cotovelo, mas não consegue quebrar o vidro. O motorista se assusta, acelera e bate no carro do lado. Uma hora depois, mais um ataque. O assaltante corre atrás do carro que vai parar no semáforo. Ele quebra o vidro e pega o celular que está em cima do painel. A motorista acelera, mas o ladrão consegue fugir levando o aparelho.

Ele se preocupa em manter o telefone ligado porque não quer só o aparelho. Também quer ter acesso aos aplicativos de bancos e de mensagens, para transferir dinheiro e aplicar golpes.

A engenheira de produção Taís Tassinari de Souza conseguiu recuperar o celular, mas diz que ainda não se refez do susto.

“É um estresse que você não está preparado para ter. Então, eu até fiquei bem de olho assim para ver se eu não ia ter uma situação que eu ficasse muito ansiosa. Ainda estou acompanhando muito, porque é uma situação que você nunca espera passar. Quando você passa, você não sabe como é que vai reagir na próxima vez que você estiver passando por um lugar parecido ou no trânsito… Então, estou acompanhando também muito isso”, disse Taís.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou que faz operações diárias para combater o roubo, o furto e a receptação de celulares, e que isso resultou em mais de 500 prisões em 2021.

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