“O diagnóstico preciso da Doença de Parkinson (DP) é, sem sombra de dúvida, o primeiro passo para um tratamento bem sucedido”
Os sintomas típicos da doença como o tremor, a rigidez e a lentidão e/ou diminuição de movimentos (Parkinsonismo) podem surgir em decorrência da carência da Dopamina produzida pela Substância Nigra do Mesencéfalo (Doença de Parkinson Primária) ou devido a danos estruturais no circuito dos Gânglios da Base, que recebe influência direta da Dopamina (Doença de Parkinson Secundária).
Neste último caso, as causas mais frequentes em nosso meio são os Acidentes Vasculares Cerebrais Isquêmicos, relacionados principalmente a Hipertensão Arterial e as Doenças Degenerativas da Idade.
Assim, o correto diagnóstico e classificação da doença são importantes para a formulação de estratégias terapêuticas.
O tratamento da DP apresenta alguns paradigmas. O mais importante deles trata do objetivo. Como o Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva, não há até o momento, em termos práticos, nenhuma proposta de cura. Assim, o objetivo principal é o controle dos sinais e sintomas clínicos, visando à boa qualidade de vida dos pacientes.
O Parkinson é, antes de mais nada, uma doença de tratamento clínico e multidisciplinar.
O uso judicioso de medicamentos pelo neurologista associado ao trabalho conjunto e especializado de fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo e nutricionista concorrem para o bom resultado do tratamento.
Várias classes de medicamentos são usadas para a DP, mas o “carro-chefe” desde que foi lançado no mercado no final da década de 60 continua sendo a Levodopa.
Esta medicação deve ser iniciada precocemente no início da doença e mantida ao longo de toda sua evolução até as fases mais avançadas, pois consegue mais do que nenhum outro, resgatar o bom desempenho motor.
Entretanto, como o passar do tempo, a eficácia da levodopa em manter os pacientes ativos ao longo do dia (fase “on”) cai. Além disso, surgem efeitos colaterais de ordem motora, principalmente quando se tenta aumentar sua dose. Estes efeitos são na verdade movimentos involuntários, às vezes muito incapacitantes, e que causam sérias restrições sociais, frustrando pacientes e familiares.
Nesta situação, a alternativa é reduzir a dose de levodopa e associá-la a alguma(s) droga(s) anti-parkinsoniana adjuvante, sempre sob a orientação e supervisão de um médico neurologista.
Além do uso de medicamentos, outro importante pilar no tratamento da doença é a prática de atividade física.
Inúmeros estudos comparativos recentes mostram que grupos de pacientes tratados com medicação exclusiva e outros com medicação e exercícios físicos diários apresentam, nestes, resultados indiscutivelmente melhores. Neste contexto, o trabalho multidisciplinar com a atuação de profissionais da área de fisioterapia e/ou educação física se torna indispensável no resultado final.