Os rins desempenham um papel vital no organismo, sendo responsáveis pela filtragem do sangue, eliminação de toxinas geradas pelo metabolismo, correção do pH e equilíbrio da quantidade de água, sal e outros minerais. No entanto, a doença renal é um grave problema de saúde pública, afetando 850 milhões de pessoas em todo o mundo e causando entre 5 e 11 milhões de mortes anualmente. Estima-se que, até 2040, ela se torne a 5ª principal causa de morte globalmente.
Diante desse cenário alarmante, é realizado amanhã, 13 de março, o Dia Mundial do Rim, uma iniciativa promovida internacionalmente e nacionalmente (aqui no Brasil pela Sociedade Brasileira de Nefrologia). O objetivo da campanha é conscientizar a população sobre a importância da detecção precoce e da prevenção da doença renal.
Doença silenciosa
O nefrologista da Unimed Bauru, André Lopes explica que o adoecimento dos rins acontece de forma silenciosa, pois “os sintomas e os sinais aparecem tardiamente quando a doença já está muito avançada e por esse motivo é importante o diagnóstico precoce, evitando a evolução da doença para o estado terminal”, destaca.
Assim, o diagnóstico da doença é realizado por meio de dois exames simples: a dosagem de creatinina no sangue e o exame de urina tipo 1. A creatinina é uma substância que deveria ser filtrada pelos rins e, quando se apresenta em níveis elevados, pode indicar insuficiência renal. Já o exame de urina pode detectar a presença de proteínas ou sangue, sugerindo lesões ou disfunções renais.
Desafios no tratamento da insuficiência renal
Nos casos mais graves, o tratamento pode exigir a substituição do rim por meio de transplante renal – opção que nem sempre está disponível para todos os pacientes – ou a realização de hemodiálise e diálise peritoneal, procedimentos que filtram e limpam o sangue.
No Brasil, cerca de 50 mil pessoas morrem anualmente antes de ter acesso à diálise ou ao transplante devido à longa espera pelo tratamento. Segundo o médico essa realidade é ainda mais crítica em regiões vulneráveis. “O que mais ocorre é a falta de vagas para hemodiálise e diálise peritoneal”, alerta.
Prevenção e hábitos saudáveis
Como a maioria das doenças renais é consequência de outras condições crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade e histórico familiar de doença renal, a prevenção passa pelo controle desses fatores de risco.
A recomendação dos especialistas é manter um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, hidratação adequada e acompanhamento médico periódico. Identificar a doença renal em estágios iniciais pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes.
A campanha do Dia Mundial do Rim reforça a necessidade de atenção à saúde renal e incentiva a realização de exames preventivos, promovendo maior conscientização sobre a importância desse órgão essencial para o funcionamento do organismo.