Governador de São Paulo afirmou à CNN que o estado manterá estrutura de saúde para suportar eventual nova onda da Covid-19; passaporte da vacina segue obrigatório
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a decisão pela queda da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados no estado foi baseada em dados técnicos do comitê científico responsável pelo enfrentamento da Covid-19.
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (17), concedida logo após a publicação do decreto que oficializa a desobrigação do uso do item em ambientes fechados, o governador assegurou, entretanto, que o estado manterá uma estrutura de equipamentos de saúde para suportar um eventual novo aumento de casos da doença, como vem ocorrendo na Europa e na Ásia.
Em espaços abertos, o uso do item em São Paulo já não é obrigatório desde o dia 9 de março.
“A decisão foi amparada pelo Comitê de Saúde. Tivemos queda, felizmente, de internações na rede hospitalar pública e privada, na ocupação de leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], queda no número de óbitos, felizmente, e o aumento extraordinário da vacinação”, disse Doria à âncora Daniela Lima. Ele acrescentou que a decisão “não é política, nem econômica e nem de pesquisas de opinião”.
Segundo o tucano, cerca de 99,25% da população elegível no estado já recebeu pelo menos a primeira dose do imunizante contra o coronavírus. Ele acrescentou que mais de 103 milhões de doses já foram aplicadas no estado.
Doria disse ainda que, apesar do decreto estadual, os municípios têm autonomia para determinar a continuidade da obrigatoriedade do uso da máscara –seja em locais abertos ou fechados. “[Mas] eu tenho a sensação de que os prefeitos vão seguir dentro dessa mesma orientação do governo do Estado.”
Apesar da desobrigação, o governador garantiu que o passaporte da vacina –seja para eventos ou para servidores estaduais– segue vigente. Outra obrigatoriedade que continua válida é o uso da máscara no transporte público e em unidades de saúde públicas ou privadas.
Estrutura para eventual nova onda
O tucano, que deixa o governo de São Paulo no dia 2 de abril para se dedicar à campanha presidencial, garantiu que o estado manterá uma estrutura para suportar uma eventual nova onda da Covid, como vem ocorrendo na Europa e na Ásia.
“Hoje temos 7.800 Unidades de Terapia Intensiva em São Paulo. Tínhamos 3.500 em fevereiro de 2020 e hoje temos 7.800 UTIs em São Paulo. Todas permanecerão funcionando se houver necessidade para atendimento não só de vítimas da Covid, como outras vítimas de qualquer tipo de doença que exija internação e UTI. Portanto, não haverá nenhum enxugamento”, disse.
“Nós manteremos em alerta todo o sistema de saúde, assim como nosso comitê científico para, se houver qualquer alteração, qualquer nova variante, nós possamos adotar as medidas que forem necessárias. Mas não há, de fato, como disse o comitê de saúde, necessidade por uma cautela que não tenha amparo científico de continuar mantendo a obrigatoriedade do uso de máscara”, finalizou.