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Comércio: calote é o menor em 5 anos

Inadimplentes / Crédito: JuRehder

Apesar de o dado parecer positivo, segundo a CDL, ele reflete a redução do consumo por conta da pandemia de Covid-19

Bauru encerrou o mês de janeiro com queda dos níveis de inadimplência no comércio. Até o dia 31, o total acumulado em dívidas não pagas pelos consumidores era de R$ 44,168 milhões, o menor valor dos últimos cinco anos, conforme mostram os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Apesar de o índice parecer positivo, a entidade afirma que ele reflete a redução do consumo por conta da pandemia de Covid-19.

O valor é 7,2% menor do que o registrado em janeiro de 2020, quando o débito acumulado era de R$ 47,588 milhões. Da mesma forma, o total de devedores com o nome negativado também diminuiu, de 38.496 no ano passado para 35.144 em 2021, o que corresponde a uma queda de 8,7%.

O número, contudo, ainda é considerado alto – equivalente a cerca de 10% da população da cidade. De acordo com o consultor jurídico da CDL de Bauru, Elion Pontechelle Junior, a redução tem relação direta com a desaceleração econômica registrada no ano passado no contexto da pandemia da Covid-19, que levou ao fechamento de empresas e ao aumento do nível de desemprego.

Mesmo quem continuou trabalhando passou a conviver em um cenário de incertezas que levou à redução do consumo e, consequentemente, dos níveis de endividamento. Da mesma forma, a própria interrupção do atendimento presencial em estabelecimentos comerciais e de serviços em diversos momentos da pandemia também contribuiu para a redução do volume de vendas e, consequentemente, de dívidas.

“Foi um ano muito complicado, então, o consumidor freou o nível de consumo para não contrair novas dívidas. O número de consumidores inadimplentes veio aumentando gradativamente em 2017, 2018, 2019 e 2020. Só foi cair agora, em 2021, neste contexto muito específico, em que não tivemos, por exemplo, Dia das Mães e Dia dos Pais, com um Dia das Crianças meio tímido”, pontua Pontechelle Junior.

PROJEÇÃO

Ainda de acordo com o consultor jurídico, a concessão do auxílio emergencial pelo governo federal e a redução da taxa básica de juros para um patamar histórico de 2% permitiram que os devedores tivessem condições mais favoráveis para negociar os débitos, o que também contribuiu para a redução da inadimplência na cidade. Há a preocupação, contudo, diante do encerramento da oferta deste auxílio emergencial, o que, segundo Pontechelle Junior, poderá provocar novo aumento da inadimplência em Bauru.

“Se até o meio do ano, com a vacinação, a pandemia estiver controlada, a situação tende a melhorar. Mas, enquanto faltar emprego e uma parcela significativa da população ficar sem renda, a tendência é de que haja nova alta do nível de endividamento. Este início de ano poderá ser um divisor de águas nesse sentido”, analisa.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2021/02/748678-comercio–calote-e-o-menor-em-5-anos.html#.YCANz8Hmej4.whatsapp

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