Por Tisa Moraes
O município de Bauru possui 48 empresas exportadoras, que movimentaram um total de US$ 111,53 milhões em vendas no primeiro semestre deste ano. Os dados são do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
O levantamento também revela que a cidade conta com 68 importadores, que compraram US$ 34,94 milhões em produtos de outros países. Assim, entre janeiro e junho de 2019, a balança comercial da indústria bauruense se manteve superavitária em US$ 76,59 milhões.
Ainda de acordo com dados do ministério, o principal comprador da produção local é a Bolívia, que remeteu para Bauru US$ 47,83, quase metade de tudo o que o município exportou no período. Depois do país sul-americano, aparecem Filipinas, Estados Unidos e Espanha. Já os maiores países fornecedores de insumos para a cidade são China, Estados Unidos, Taiwan e Argentina.
Os principais produtos exportados são, pela ordem, barras de ferro ou aço, carnes bovinas, frutas secas ou frescas (que incluem abacates) e acumuladores elétricos (baterias). Somente em barras de ferro ou aço, as remessas de Bauru renderam US$ 43,29 milhões no primeiro semestre, boa parte em razão das atividades da distribuidora, sediada na cidade, de uma das maiores empresas produtoras de aço da América Latina.
Samantha Ciuffa |
Economista Carlos Roberto Sette comenta o cenário atual |
As mercadorias mais importadas no período, por sua vez, são preparações alimentícias, díodos e transístores, produtos laminados de ferro ou aço e bombas para líquidos. “De maneira geral, salvo algumas exceções, estas 48 empresas exportadoras de Bauru são voltadas a atender a demanda do mercado interno, mas que viram no mercado exterior uma oportunidade para complementar o faturamento, sobretudo nestes últimos anos, em um cenário de crise econômica”, analisa o economista Carlos Roberto Sette, que comanda uma fabricante de produtos alimentícios (massas) com contratos de exportação com a Argentina, Uruguai, Paraguai e Suíça.
COMPETITIVIDADE
O especialista considera elevado o número de exportadores na indústria local, principalmente por conta da dificuldade que as empresas – em especial as de menor porte – enfrentam para encontrar espaço no mercado externo. Isso porque, mesmo diante da alta do dólar, o custo de produção ainda é elevado para a maioria delas, o que reduz a competitividade diante de fabricantes de outros países.
“Não é fácil. É preciso ter uma eficiência muito grande para oferecer preço. Para ingressar no mercado externo, a empresa precisa de uma nova estrutura de gestão e qualidade”, detalha.
Talvez em razão de dificuldades enfrentadas para alcançar competitividade, o volume de exportações diminuiu em Bauru, na comparação com o primeiro semestre do ano passado. De janeiro a junho de 2019, foram contabilizados US$ 120,19 milhões em exportações e US$ 38,74 milhões em importações, totalizando saldo de US$ 81,46 milhões na balança comercial.
“Mais uma vez, o resultado é consequência do desaquecimento econômico do País, que encarece a fabricação do produto, apesar do câmbio favorável. Mas, para o segundo semestre, acredito que o País estará em uma condição melhor, que vai aumentar o otimismo dos empresários para investimentos que possam tornar as indústrias mais competitivas”, completa.
Fonte: https://m.jcnet.com.br/Economia/2019/07/com-superavit-bauru-conta-com-48-empresas-exportadoras.html