No segundo trimestre a Ambev teve um volume recorde de vendas de cerveja enquanto a Heineken liderou as vendas no Brasil. O que esperar das companhias em ano de Copa?
Heineken e Ambev – marcas dominantes no mercado de cervejas e que em anos de Copa do Mundo podem ter suas vendas aceleradas ao redor do mundo. No entanto, o desempenho das ações pode ou não acompanhar esse movimento.
Analisando os anos de Copa do Mundo desde 1994 – foram sete campeonatos desde então uma vez que o intervalo entre eles é de quatro anos – as ações da Heineken (HEIA34) lideraram as altas em quatro deles. Já os papéis da Ambev (ABEV3) lideraram em dois. A Heineken teve vantagem nos anos de 1994, 1998, 2006 e 2014. A Ambev em 2002 e 2010. Já na Copa de 2018 ambas as companhias amargaram quedas bem expressivas, segundo levantamento pedido com exclusividade ao Cafeína para o analista Victor Bueno, da Nord Research.
Quando analisados os desempenhos de ambas as cervejeiras no ano seguinte aos anos de Copa do Mundo, as ações da Ambev tiveram vantagem em quatro destes anos (1995, 1999, 2003 e 2011). Já os papeis da Heineken em três (2007, 2014 e 2018).
No entanto, alguns fatos isolados influenciam no desempenho das ações das companhias e por isso, acabam faltando dados que comprovem que o fator Copa foi o único determinante no desempenho dos papéis.
Mas por ser a Ambev patrocinadora oficial da Copa do Mundo, pode se dizer que isso aumenta a visibilidade da maior fabricante de cervejas do mundo. Já a Heineken, mesmo não patrocinando o maior campeonato de futebol no mundo, ela patrocina outros campeonatos, como, a Liga dos Campeões (este há 25 anos), além de Eurocopa e Copa América. O que de certa forma aumenta a visibilidade dos seus produtos nas competições, assim como o consumo das cervejas e demais bebidas que ela produz.
Análise
No segundo trimestre deste ano a Ambev teve um volume recorde de vendas de cerveja. O que de certa forma animou o mercado e fez com que times de research, a exemplo do Bradesco BBI, Credit Suisse e XP, que indicaram que a percepção dos investidores pode mudar quanto às ações da companhia.
Como os papéis ABEV3 foram bem penalizados este ano devido a alta nos preços das commodities com a guerra na Ucrânia, logo, os insumos para a produção de cerveja aumentaram, os lucros ficaram pressionados, além da inflação generalizada em diversos países. Mas como a tendência é de queda para os preços das commodities, isso sugere que diminua a pressão nos custos.
Por mais que as estatísticas sejam limitadas para dizer que a Copa do Mundo pode ser um fator-chave para o aumento da demanda de cerveja, existem outros fatores que devem puxar essa demanda. O setor deve aumentar os preços, já que até então, seus repasses não acompanharam a alta da inflação . E se for combinada a alta de preços nas cervejas com a queda nos preços das commodities, as margens do quarto trimestre devem podem vir muito mais altas.
Já a Heineken foi a cerveja mais vendida nos supermercados brasileiros, nos quatro primeiros meses deste ano. O que de certa forma justifica o desempenho acima do esperado da companhia no segundo trimestre. O lucro da cervejaria cresceu 22% impulsionado pelo Brasil.
Veja neste Cafeína uma análise completa dos resultados das cervejeiras não apenas em anos de Copa assim como os últimos balanços reportados ao mercado. Samy Dana e Dony De Nuccio avaliam o que dizem especialistas e o que o mercado espera das duas gigantes durante e depois da Copa do Mundo 2022.