Para alguns vereadores, o reforço da estrutura com madeira é arriscado; prefeitura diz que serviço provisório é seguro
O uso de madeira para o reforço do escoramento da alça do viaduto João Simonetti causou preocupação em vereadores de Bauru. Para alguns, o material utilizado pode não ser o mais adequado. Desde a última semana, a Secretaria de Obras está colocando vigas de eucalipto tratado para reforçar a sustentação da alça do viaduto da rua 13 de Maio, interditada desde outubro do ano passado.
O vereador José Roberto Segalla (DEM), engenheiro e presidente da Câmara, questiona a manutenção dos viadutos. “Estão com uma solução temporária, com uso de madeira, sem uma garantia de que isso vai funcionar bem. Precisamos de uma vistoria adequada em todos os viadutos e uma manutenção correta”, afirma.
Para Miltinho Sardin (PTB), o serviço tem que ser realizado de forma adequada. “O trânsito é pesado naquela região, e além disso tem a linha férrea, ou seja, vai sempre ter uma trepidação. A estrutura que está sendo colocada precisa aguentar bem”, frisa. Líder do governo na Câmara, o vereador Markinho Souza (PSDB) defendeu o trabalho da prefeitura. “A madeira que está sendo usada é eucalipto tratado, é algo temporário mas com segurança, até que uma estrutura definitiva seja realizada. Dois engenheiros da prefeitura estão acompanhando. E essa madeira ainda será reaproveitada depois, nas pontes das estradas rurais”, lembra.
De acordo com o secretário de Obras, Sidnei Rodrigues, estão sendo instaladas 35 vigas de madeira. O custo do material foi de R$ 18 mil, enquanto uma estrutura metálica custaria R$ 300 mil. “Ainda não sabemos qual será a recomendação do material definitivo do laudo que avaliará este e outros viadutos”, afirma.
MATERIAL
Na avaliação do engenheiro civil Francisco de Assis Moura Jr., que trabalha com estruturas, o eucalipto tratado pode ser usado. “Esse é um material que era muito usado antigamente. O que precisa é ter um projeto que defina claramente como o escoramento deve ser feito para a distribuição das tensões, com o devido travamento e contraventamento”, destaca. Ele lembra ainda que, além do concreto usado na base do solo, deve ser feita também uma concretagem no ponto superior que segura as estacas. “Mas o uso do eucalipto, desde que siga o projeto, é válido”, completa.
Hospital das Clínicas e aparelhos
Na sessão da Câmara, ontem, os vereadores também discutiram a situação do Hospital das Clínicas (HC), pois o contrato entre o Estado e a Famesp termina em outubro. A vereadora Telma Gobbi (PP) afirma que o prédio precisa receber todos os equipamentos e ser usado com a capacidade total, de 200 leitos, com UTI. Hoje, uma audiência pública debaterá a prorrogação do contrato e a utilização definitiva do HC.
O encontro foi chamado pelos vereadores Sandro Bussola (PSD), Yasmim Nascimento (PSDB) e Markinho Souza (PSDB). Ainda na saúde, o vereador Carlão do Gás (DEM) pediu que a oprefeitura compre um aparelho de ressonância magnética para o Centro de Diagnóstico por Imagem de Bauru (CDIB), inaugurado no ano passado e que já possui raio-X, tomógrafo e mamógrafo.
Projetos adiados e aprovados
O projeto de lei do prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSDB) para a criação do Instituto de Planejamento (IP), em segunda discussão, foi sobrestado por quatro sessões, a pedido do vereador Natalino da Silva (PV). O parlamentar pede mais esclarecimentos a respeito das funções do IP e também do novo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico (Codese), que já atua e está em processo de formalização, com projeto de lei em tramitação pela Câmara.
Já em primeira discussão, foi sobrestado por uma sessão o projeto de lei que permite a transferência de motoristas do Samu para outros setores, a pedido do governo. Também foi adiada por uma sessão a proposta que acaba com a gratificação a servidores da Câmara para as sessões fora do horário normal. Os dois adiamentos foram solicitados pelo vereador Manoel Losila (MDB), que atendeu pedido do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm). A entidade considera ilegal a discussão agora, por estar em período eleitoral.
A Câmara autorizou a transposição de R$ 14 milhões na Secretaria de Educação, aprovado em primeira discussão, e aprovou ainda a regulamentação do Sistema Viário Rural, alteração no regime dos auditores fiscais e as atribuições dos cargos comissionados do DAE, todos em segunda votação.