Mostrar que é forte, independentemente de nomes. É isso que Tite espera da Seleção Brasileira no amistoso de hoje, a partir das 13h (de Brasília), contra a Rússia, em Moscou. Na reta final para a Copa do Mundo, o desejo do treinador se explica: o time não terá sua estrela maior, o machucado Neymar. Ausência sentida, mas que abre a oportunidade de os jogadores, sobretudo os mais experientes e que vêm sendo aproveitados com regularidade, assumirem a responsabilidade de conduzir a equipe.
Tite fez mudanças. Além de colocar Douglas Costa na vaga de Neymar, barrou Renato Augusto e escalou Willian. Na defesa, optou por Thiago Silva, pois Marquinhos não está bem fisicamente e será preservado para o amistoso de terça-feira contra a Alemanha, em Berlim.
Ao mexer na frente, aproveitando Willian – “que está arrebentando” – e Douglas Costa, Tite pretende deixar a Seleção mais “aguda”, pois são dois jogadores que ele define como “verticais e ofensivos”, e também com recursos para superar a defesa do time russo, esteja ela armada em linha de cinco ou de quatro jogadores.
“Na fase ofensiva é 4-3-3, sem abrir mão de ter meio-campo forte. O futebol passa pela imposição do meio-campo em sua capacidade criativa, lúdica, é um jogador vai compor essa posição (de ajudar o setor)”, disse Tite sobre o esquema tático.
Ele quer Paulinho chegando na área, mas também ajudando Casemiro a marcar. Vai colocar Philippe Coutinho mais centralizado, Willian pela direita e Douglas Costa pela esquerda. Tite, aliás, preocupou-se em aliviar o peso sobre o atacante da Juventus. “O Douglas Costa não vai substituir o Neymar, vai ser Douglas Costa. O Neymar é insubstituível.”
A partida de hoje vai ser disputada no estádio Luzhniki, provavelmente sob temperatura negativa. O local será palco da decisão do Mundial da Rússia. Tite, que entre os argumentos para defender o amistoso contra a anfitriã, utilizou a importância de os jogadores sentirem o “clima de Copa”, admitiu querer mesmo é voltar à arena em 15 de julho. “Quem é que não sonha? Todos da Copa do Mundo sonham estar aqui na final”, considera. Mas não quer parecer precipitado. “Temos de fazer o melhor trabalho e ele está no jogo de amanhã (hoje).”
A Seleção Brasileira vai estrear a camisa número dois que utilizará no Mundial, na cor azul. Meias e calções têm a mesma cor. O goleiro Alisson será o capitão, continuando o rodízio no posto idealizado por Tite. Ele será o 15.º jogador a desempenhar este papel em 18 jogos sob o comando do treinador. A camisa número um, amarela, vai ser usada no jogo de terça-feira com os alemães.
OLHO NA COPA
O treinador convocou 25 jogadores para os amistosos contra russos e alemães. Quer observar o comportamento emocional e técnico, principalmente dos novatos, mesmo que seja apenas nos treinos e na concentração. Isso visando à elaboração do grupo que levará ao Mundial. A convocação final será feita no início de maio.