Bares e lanchonetes protestam e prefeito estuda abertura noturna

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Manifestação ocorreu ontem na Praça das Cerejeiras; empresários foram recebidos no fim da tarde por Gazzetta

Insatisfeitos. É assim que estão os donos de bares, lanchonetes, pizzarias e food trucks, além de músicos, com o novo decreto publicado nesta semana pela Prefeitura de Bauru. O regramento, conforme o JC noticiou, liberou o funcionamento, das 10h às 16h, destes segmentos, que costumam trabalhar somente à noite. O fato motivou um protesto, nesta terça-feira (28), em frente ao Palácio das Cerejeiras. No final da tarde, houve uma reunião com o prefeito Clodoaldo Gazzetta, que se comprometeu a estudar a possibilidade de abertura noturna de quinta-feira a domingo, das 18h às 23h.

“Nós pagamos a fatura da pandemia”, dizia um dos vários cartazes expostos durante a manifestação pela manhã. Dono do James Joyce Irish Pub, Fernando Gimenes fez parte da organização do ato, que contou com uma carreata de cerca de 50 empresários pelas principais vias da cidade.

De acordo com ele, as categorias em questão reivindicam a possibilidade de atender ao público até as 23h. “Nós concordamos com as demais regras: capacidade reduzida, uso de álcool em gel e máscara, bem como aferição da temperatura. A nossa pretensão é trabalhar de forma organizada, evitando aglomerações”, complementa.

Ainda segundo o empresário, a primeira manifestação dos segmentos se deu há dois meses. Na época, as categorias pediram isonomia em relação aos demais setores da economia. O segundo protesto seguiu a mesma vertente. “Em ambos os casos, fizemos uma reunião com o prefeito, que nos garantiu que, quando a cidade estivesse na fase laranja, também flexibilizaria os nossos estabelecimentos”, relembra.

Só que, de acordo com ele, o horário imposto pelo poder público, das 10h às 16h, impediu que alguns locais reabrissem. “Os bares, lanchonetes, pizzarias e food trucks dependem do movimento noturno”.

A proposta de flexibilizar os setores até as 23h foi protocolada pelos comerciantes em 13 de julho. “Nós queremos devolver os empregos dos nossos funcionários e músicos. Neste último caso, não tem como eles tocarem das 10h às 16h”, argumenta o proprietário do Donna Pinguetta, Cledson Branco.

O empresário adianta que não existe qualquer intenção de desobedecer as regras, caso a reivindicação não seja atendida. “Nós não podemos perder o pouco que ainda nos resta”.

‘AS CONTAS NÃO PARAM’

Dona da Lanchonete do Gaúcho, Eliane Aparecida Avelino revela que já está endividada, porque as contas de água, luz e aluguel não pararam de chegar. “O abre e fecha, em vez de ajudar, piora a situação”, critica.

O músico Kadu Reis, por sua vez, informa que a flexibilização das 10h às 16h não ajuda em nada a sua classe. “É impossível que nós sejamos os culpados e os supermercados lotados saiam ilesos desta situação”, pondera.

Em nota emitida no final da manhã, a assessoria de comunicação da prefeitura informou que o consumo presencial em bares e restaurantes no período noturno foi proibido em todo o Estado de São Paulo, inclusive, na fase amarela do Plano São Paulo. Atualmente, Bauru se encontra na fase laranja, ainda mais restritiva do que a amarela.

A prefeitura diz, ainda, que se respaldou em “fundamentação técnica e sanitária” para decretar a reabertura destes estabelecimentos para consumo durante o dia. O estudo “identificou o risco de precarização da alimentação de quem trabalha fora de casa em outras atividades autorizadas”.

PROPOSTA EM ANÁLISE

Por volta das 17h30, os empresários representantes dos bares e restaurantes Lazinho Capriolli, Cledson Branco, Davi Aria, Fernando Gimenes, Dirceu Cristofolli e Milton Matsuka foram recebidos por Clodoaldo Gazzetta.

Ele propuseram ao prefeito a implantação de um período noturno de atendimento ao público, das 18h às 23h, de quinta-feira a domingo. “Explicamos que muitas empresas fecharão se o horário não for ampliado e não chegarmos a um consenso. O prefeito recebeu a proposta e disse que analisará com a sua equipe e nos posicionará até quinta-feira (30)”, comenta Fernando Gimenes. “Temos esperança que dê certo. Funcionar de quinta-feira a domingo até as 23h é menos pior do que não abrir. Nos dará um respiro para continuar”, completa o empresário.

Gazzetta reforçou ao JC que analisará a possibilidade. “Justa a reivindicação. A proposta será avaliada pelo Comitê da Saúde”.

O que ainda não está definido é se os food trucks e trailers se encaixam nesta ideia.

Além disso, caso haja aprovação da mesma, não se sabe se os restaurantes, que já funcionam no almoço, deverão dividir o turno de seis horas para abrirem, também, durante o jantar. “Pretendemos avaliar estes pontos. Existe uma questão legal que precisa ser superada antes de tudo, a do decreto do Estado”, ressalva o prefeito, reiterando que nenhuma cidade permitiu o funcionamento noturno até o momento.

Fonte: JC Net

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