Tudo começou quando Alcides Franciscato, jovem engenheiro e empresário de transportes em ascensão, foi convidado e incentivado a dar sua contribuição à cidade, como homem público, sendo lançado candidato a prefeito de Bauru.
Líderes de vários segmentos, focados em se colocar como uma alternativa política e informativa àquelas vigentes nos anos 60, deram início em 1.º de agosto de 1967 ao Jornal da Cidade. O jornal completa hoje seu Jubileu de Ouro no mesmo momento em que Bauru completa 121 anos, celebrados no megaevento Viva Bauru, no Parque Vitória Régia, data que marca o lançamento da implantação do sonhado curso de medicina com a chancela da USP, junto à Faculdade de Odontologia da cidade. Vitorioso em quase todas as urnas da cidade, Franciscato foi eleito prefeito em 1968, exercendo o mandato de 1969 a 1972, mais precisamente até 31 de janeiro de 1973. A seguir, foi eleito deputado federal e reeleito por mais duas legislaturas. Com destacada representatividade e trânsito junto a importantes lideranças estaduais e federais, governadores e presidentes da República, trouxe-os por diversas vezes à cidade. A partir daí, Bauru viveu por anos um grande ciclo desenvolvimentista, se destacando no cenário das cidades que se transformaram em referência de crescimento com qualidade de vida. Transparente pelo posicionamento, o JC foi fundado sob o signo da liberdade e vontade de transformar, fatos demonstrados, entre outras posturas, pelo chamamento de Franciscato ao jornalista Nilson Costa, com seus direitos políticos cassados pela revolução de 64, para ser o diretor do jornal. Tinham, por vezes, ideias divergentes, o que era, no entanto, superado pelo respeito recíproco e crença de ambos na liberdade de pensamento, expressão e escolhas. A Nilson foi dada a missão de montar equipes de redação e comercial de acordo com suas escolhas e preferências, o que fez contando com nomes como os de Jehovah de Oliveira (o Valzinho), Nadyr Serra, José Eduardo de Carvalho, Leonardo de Brito, Quioshi Goto, Roberto Rufino, Cesar Savi, Mariluci Genovez, M.S. Moreno, Broncolino, Alcione, Celestino De Stefani, Milton Bill de Oliveira, Marino Frabetti, Claudionor Alves de Souza, entre tantos outros, além de dar espaço a jovens talentos que surgiram a partir daí, como os irmãos José Carlos e Luiz Carlos Azenha, Luiz Antônio Malavolta, Benedito Requena, Sérgio Tibiriçá, o chargista Fernando Dias. Também passaram por aqui Sergio Escobar, Pedro Bello, Gerson de Souza, Arnaldo Duran, Marcos Carlson, Ricardo Polettini, Fábio Turci, Paulo Toledo, Eliane Barbosa, Leila Kassab, Silvia Dutra, Cesar Savi, Rita Cornélio, Jô Cunha, Flavio Pedroso, Daniela Bochembuzo e tantos outros. Alguns aqui permaneceram, outros seguiram para novos desafios, ganhando notoriedade nacional e internacional. Com o jornalista Luciano Dias Pires, por exemplo, mantemos até hoje uma gratificante parceria, publicando o Bauru Ilustrado, provavelmente o único periódico mensal focado na memória de uma cidade. NA VANGUARDA DE SEU TEMPO Na atualidade, o Jornal da Cidade circula diariamente em 46 cidades da região, com mais de 100 mil leitores habituais, em média, por edição, e acessado no portal JCNET por mais de 700 mil internautas de todas as partes do mundo, gerando, em média, mais de 6 milhões de visualizações mensais. O JC faz parte do Grupo Cidade, que controla também a 96 FM, a Fullgraphics, sites e a Sucursal São Paulo. Seu slogan “O melhor jornal do nosso mundo” substituiu o anterior “Pioneiro em off-set no Interior Paulista”, numa referência à vanguarda em tecnologia de impressão, com modernas rotativas implantadas em 1972. Juntamente com a inauguração de sua nova sede, na Rua Xingu 4-44, no bairro Higienópolis, resume sua missão de ser compacto, ágil, completo, com informações sobre o mundo, o Brasil, a região e Bauru, líder em qualidade editorial, gráfica e digital, sendo imbatível quando a pauta é sobre o universo local. Cosmopolita e ao mesmo tempo fundamentado em localismo, o JC tem um histórico de agilidade, com vários furos de reportagens na cidade, região, no País e mesmo internacionais, como, por exemplo, nos episódios das mortes do papa João Paulo I e da princesa Diana. Sempre investiu em jornalismo cidadão, lidera ações de responsabilidade social, patrocina e apoia iniciativas culturais, esportivas, recreativas, está totalmente engajado nas causas da comunidade e na defesa do desenvolvimento bauruense e regional, integrados e vocacionados. Inicialmente tendo como meta principal a democratização do acesso à informação, atingindo esse objetivo evoluiu para a missão de informar para transformar através do jornalismo. Com a decisão de Franciscato em sair da política e se dedicar às suas empresas e, na sequência, de Nilson Costa em deixar o jornalismo e se dedicar à política, o jornal renova sua diretoria editorial, que a partir desse momento amplia sua área de cobertura e circulação e com as novas gerações avança rapidamente em inovações. Se consolida como um modelo de empresa de comunicação regional, integrando a APJ – Associação Paulista de Jornais, entidade composta por jornais líderes em circulação e leitura em importantes centros regionais, formando a Rede Paulista de Jornais, cujos diários circulam em mais de 320 municípios do Estado. Foi o jornal anfitrião do primeiro debate entre candidatos ao governo do Estado, realizado fora da Capital, em uma proposta nossa em conjunto com APJ e Rede Bandeirantes de Televisão/SP Centro, dirigida pelo jornalista Kleber Santos, com transmissão ao vivo para todo o Estado de São Paulo e, no satélite, para todo o País, a partir de Bauru, com ampla cobertura e análise nas edições impressas, proporcionando aos paulistas de todas as região conhecer a visão e proposta de cada candidato. Aqui em nossa redação, em 2003, Geraldo Alckmin, governador à época, acompanhado de seu amigo deputado Pedro Tobias, verbalizou em coletiva à imprensa o slogan “Bauru Coração de São Paulo”, que nosso diretor de arte Guilherme Mello, a nosso pedido, transformou em marca e a Câmara e Prefeitura oficializaram como um dos símbolos da cidade. No centenário do nosso querido Noroeste, tanto a marca dos 100 anos como suas derivações e aplicações foram desenvolvidas pela Criarte-JC e presenteadas ao clube pelo Grupo Cidade. Na cena cultural apoiamos e divulgamos as artes como a música, o teatro, a dança e todas as iniciativas artísticas amadores e profissionais da cidade e região, abrindo também generosos espaços e apoios aos talentos nacionais que aqui se apresentam. Tratamos com o mesmo carinho o basquete, o vôlei, tênis, judô, polo aquático, equitação, o esporte amador e, como parceiros do jornalista Ubiratan Alves da Silva, realizamos anualmente o Troféu Ligado, que homenageia jovens esportistas e incentivadores do esporte no maior evento e premiação de toda a região central do Estado. Eventos como o retorno da Copa Davis ao Brasil, em Bauru, em 2010, do EGAV, Encontro Geral de Aviação, do primeiro evento de city marketing do Brasil promovendo a cidade de forma memorável em São Paulo, do Festival de Tecnologia e Inteligência Ambiental, ao engajamento a causas como as das lutas pelas duplicações das rodovias Marechal Rondon, Bauru-Ipaussu, Bauru-Marília, Bauru-Jaú, a encampação da UB pela Unesp, de apoio à construção do Aeroporto Internacional Moussa Tobias, da manchete com proposta da retomada do projeto e inícios das obras da Avenida Nações Norte, hoje uma realidade, ao apoio permanente a causas como a conquista do curso de Medicina da USP, que será efetivada hoje, foram demandas bauruense e regionais lideradas ou abraçadas com a parceria do Jornal da Cidade. AO LADO DA COMUNIDADE O mesmo acontece com outras tantas iniciativas, como o Natal Tamanho Família e a Casinha do Papai Noel, que promovem a cidade, atraem visitantes, encantam as crianças e adultos, promovem o sentimento de fraternidade e beneficiam várias entidades assistenciais. Com o Viva Bauru, o maior evento de responsabilidade social, educação, cultura, recreação e cidadania de toda a grande região central do Estado, que fazemos no Parque Vitória Régia, por onde passam 100 mil pessoas, com acesso gratuito, celebramos a cidade em seu aniversário. Abrigamos e patrocinamos com nossos parceiros no mesmo espaço a Festa do Sanduíche Bauru, que neste ano pretende chegar a 25 mil lanches vendidos com 100% de toda arrecadação sendo destinada para 28 entidades assistenciais. Hoje, logo mais às 15 horas, cantaremos o “Parabéns a você” coletivo, pelos 121 anos de Bauru e dos 50 anos do JC, com o Big Bolo, que servirá mais de 25 mil fatias em pratinhos, com garfo e guardanapo para cada um dos presentes. JORNALISMO INVESTIGATIVO Em sua trajetória, o JC teve muitos momentos importantes no jornalismo investigativo em conjunto com o Ministério Público, resultando em denúncias que geraram cassações de mandatos políticos, bloqueios e reversão de maus investimento de recursos públicos. Se engajou em importantes conquistas para a sociedade local e regional e na permanente defesa e divulgação de nossas potencialidades e atratividade de investimentos públicos e privados, com obras e empreendimentos que fizeram a boa diferença em nosso desenvolvimento. Inserido no contexto da cidade, liderou vários movimentos por conquistas de interesse coletivo, continua à frente de iniciativas que destacam a cidade no cenário estadual e mesmo nacional. É constantemente visitado em sua redação e no espaço Café com Política por figuras de expressão nacional, não só da área pública, mas da cultura, educação, do empreendedorismo que, quando em Bauru, fazem questão de visitar o jornal. Tendo em sua direção de redação o jornalista João Jabbour, que ao lado de editores como Giselle Hilário, Marcia Duran, Aurélio Alonso, Vitor Oshiro, João Pedro Feza, Nelson Gonçalves, Dulce Kernbeis, Luciana La Fortezza, Alexandre Peres, o consagrado editorialista dos domingos Zarcillo Barbosa, Malavolta Jr., Aceituno Jr, Douglas Reis, Samantha Ciuffa, Guilherme Campanholi na web, e tantos outros colegas, construímos as mudanças editorias do JC. Hoje, mais editores e uma talentosa equipe se dividem entre concorridas editorias, como política, polícia, esportes, bairros, regional, cultura, economia, comportamento, educação, criança, negócios, nacional e internacional, entre outras e com vários projetos anuais e suplementos especiais, o JC se multiplica entre os cadernos impressos e seus produtos digitais, como a web e redes sociais. Se orgulha também de abrir generosos espaços para a expressão de seus leitores, que se colocam com suas ideias e opiniões, que muitas vezes se transformam em disputados debates e reflexões, sempre dentro dos limites do respeito, em suas páginas diárias. EQUIPES E tem igual satisfação em ter um dos mais dinâmicos e abrangentes projetos de jornal como complemento pedagógico e de incentivo à cidadania, com o JC na Escola. Coordenado pelo pedagogo e psicólogo Sergio Purini, o JC na Escola, em 15 anos atendeu a mais de 200 mil estudantes, da pré-escola à universidade, formando cidadãos identificados com a importância do jornalismo e com o saudável hábito da leitura. É líder de circulação, leitura e também em investimentos publicitários em toda a região central do Estado. Suas equipes comercial, de prospecção, vendas, pós-vendas, redatores e designers publicitários são propositivas e com foco no foco do cliente, que faz o sucesso mercadológico do veículo, que mostra sua força de resultados, especialmente em momentos desafiadores como o Brasil vem enfrentando, de forma corajosa e criativa ao mesmo tempo, assim como Bauru e região. Nessa equipe atuam lideranças como a do gerente comercial e de marketing João Carlos do Amaral, da gerente de pós-atendimento Katia Ramazzina, do gerente de vendas Welber Augusto e ainda publicitários experientes como Mário Sergio Campos, Mauro de Campos Jr., Vera Rigoni, Renata Fernandes, Luiz Cury Jr, André Freitas e novos talentos que chegam para ampliar a equipe. Sem falar nas equipes de administração, telemarketing, de impressão, pré-impressão, administração, almoxarifado, expedição, encarte e distribuição, das nossas simpáticas telefonistas, da minha secretária e fiel escudeira Iracy Pessoto, que me cobra retorno a todos que nos procuram, dos parceiros terceirizados e no pessoal da nossa Sucursal própria em São Paulo e do incentivo dos parceiros da 96 FM, liderados pelo Luiz Capelin, que também já trabalhou por aqui. Eles todos me fazem lembrar que somos uma grande família, com cada um representando um extrato da nossa sociedade e do cotidiano humanizado das pessoas, como também deve ser a alma de uma empresa especializada em jornalismo. A partir de 1984, com a chegada do empresário da construção civil engenheiro Érico Braga, também como sócio e empreendedor do Grupo Cidade, foi incrementada uma nova dinâmica à gestão administrativa e financeira do JC. Respaldou nossas pretensões expansionistas, ao assumirmos produtos editoriais e gráficos fora daqui. Estivemos presentes como sócios e levando know-how para jornais em Araraquara, Ribeirão Preto e São Carlos, que ao longo do tempo foram negociados com outros grupos, com parte de um grande parque gráfico sendo transferido para Bauru, aumentando nossa capacidade de produção própria e de prestação de serviços a terceiros, sob o comando do diretor industrial e de tecnologia Marco Antônio de Oliveira com as equipes do gerente da área Célio Marcos da Silva, e dos chefe de impressão Antônio Juvenal Sales e Rodrigo Fernando de Oliveira, com a coordenação de Jasio Alberto Oliveira. COMPROMISSO COM O LEITOR Foi, sem dúvida, uma experiência pioneira e altamente enriquecedora em termos de conhecimento, confirmando que jornalismo é mais do que um produto e sim uma iniciativa de compromisso e engajamento de pessoas com pessoas, embasados numa relação umbilical da publicação com as comunidades onde se faz presente. Com essa visão, aprofundamos ainda mais a interação com os leitores. Tivemos, enfim, até aqui, uma trajetória que está escrita e consolidada no conteúdo de 17.277 edições diárias, ininterruptas por 50 anos que, para ser recontada, mesmo que em resumo, precisaria de várias edições. Aproveito para lembrar que os nomes citados são apenas uma parte do grande número de pessoas que fizeram o JC. Ao citá-los, homenageamos os demais companheiros que contribuíram para que o jornal chegasse aqui, com credibilidade, renovado de vigor editorial e mercadológico. Concluindo, agradecendo a Deus por tudo, a liderança entusiasmada e permanente do presidente dos Grupos Prata e Cidade, Alcides Franciscato, a todos os nossos cotistas, parceiros de diretoria, editores, gerentes, coordenadores, funcionários, colaboradores, fornecedores, anunciantes, que tanto investem e acreditam em nossa força. E de forma muito especial a você, assinante e leitor, que nos acompanha. Seguiremos adiante, fazendo jornalismo como instrumento de construção da sociedade que sonhamos, por tanto tempo quanto possível. Afinal, tudo isso, que as vezes parece tão complexo, tem um objetivo muito simples, que é o de humanizar tudo, cada vez mais. Assim é o seu JC, um jornal que, como você, busca no presente um futuro melhor para todos. Renato Delicato Zaiden Sócio-Diretor do Grupo Cidade de Comunicação e Presidente da APJ – Associação Paulista de Jornais |
Pioneiro em inovações, Jornal da Cidade sempre esteve na vanguarda
Malavolta Jr. |
O Jornal da Cidade, pioneiro em offset no Interior de São Paulo e defensor intransigente do interesse público, completa cinco décadas projetando o seu desenvolvimento ao lado de Bauru e região.
Hoje, na edição de número 17.277, a fundação é enaltecida.Uma história de pioneirismo e determinação para transformar sua área de abrangência em polo de referência em desenvolvimento sustentado no Estado de São Paulo.
Nesses 50 anos, o jornal buscou, de forma pluralista, discutir e propor soluções para a vida em sociedade das cidades com seus moradores. Além de informar, o JC tem a preocupação de vivenciar os problemas e soluções de Bauru e demais municípios de sua faixa de circulação, de participar dos grandes projetos de avanço da cidadania e aprimoramento da democracia, de ouvir as mais diversas opiniões sobre o cotidiano, a política, a segurança, a economia, o esporte, o comportamento contemporâneo, a cultura, etc. Diariamente, seus posicionamentos são firmes, claros e intransigentes em defesa dos interesses dos leitores e da população. Sem nunca se esquecer, claro, das notícias do Estado, do Brasil e do mundo. Essa missão foi amplificada há 20 anos, quando o JC passou a utilizar também as plataformas digitais da Internet para veicular seu conteúdo e interagir com seus milhares de leitores/internautas.
Nunca se leu tanto o JC como atualmente, no papel e na web.
PIONEIRISMO É MARCA
Nesses 50 anos, o JC construiu a sua história ao lado da história de Bauru. Tudo começou a ser posto em prática no ano de 1967, por um grupo de personalidades locais liderado pelo empresário Alcides Franciscato. Mas a ideia surgiu um ano antes.
A fundação do JC teve origem no final do ano de 1966. Uniram-se a Franciscato nessa empreitada Halim Aidar, Benedicto Gelonese, João Pereira Martins, Sérvio Túlio Coube, Olmes Berriel, Elpídio Alcazer, Calil Rahal, Guilherme Ferraz, a Família Alvarez, Israel Dias Novaes, João Lozano Cruz, José Carlos Soares e Cunha Jr., Alexandre Quaggio e os jornalistas Nilson Costa, Nadyr Serra e Jehovah de Oliveira, o Valzinho.
O primeiro maquinário gráfico foi comprado em Jaú. Foram meses desde a fase de aquisição até o transporte do equipamento para Bauru, a montagem, a recuperação de linotipos avariados até a impressão propriamente dita e o lançamento do jornal no dia 1 de agosto de 1967.
Os primeiros exemplares foram impressos em uma máquina plana. Um ano depois, o jornal passou a ser rodado em uma impressora rotoplana, adquirida em São José do Rio Preto.
No início da década de 70, vieram os convênios formalizados com as agências de notícias do Brasil e do mundo: Agência Estado, United Press International (UPI), Reuters, Ansa e France Press.
Na mesma época, foi dado outro passo importante na consolidação do JC: a construção da sede própria na rua Xingu, 4-44. A mudança do jornal da sede inicial, do cruzamento da rua 1 de Agosto com a Virgílio Malta, para o atual endereço ocorreu simultaneamente à inauguração do sistema de composição a frio, com maquinário e impressão ultramodernos para a época, o que resultou em um grande salto de qualidade na área de impressão, em 1972. O jornal foi, então, pioneiro ao instalar o sistema offset no Interior do Estado de São Paulo.
Hoje, o JC é considerado um dos principais jornais regionais do País. É filiado e fundador da Associação Paulista de Jornais (APJ), a qual tem na presidência o diretor do Grupo Cidade, Renato Zaiden, e na coordenação do Núcleo Editorial o diretor de redação do JC João Jabbour. É filiado também à Associação Nacional de Jornais (ANJ).
O JC circula em Bauru e mais 45 cidades, com uma tiragem média que chega a 25 mil exemplares durante a semana e atinge até 32 mil aos domingos. No total, são nove cadernos especiais, mais as editorias de Internacional, Nacional, Rural, Regional, Esportes, Cultura e Local (Política, Economia, Geral, Polícia e JC nos Bairros). São 200 colaboradores, entre funcionários, colunistas e prestadores de serviço, que trabalham diariamente no processo de produção de tudo o que é de interesse público.
Jornalismo de transformação é nossa pauta diária
O Jornal da Cidade chega aos 50 anos praticando jornalismo que investiga, faz diagnóstico e discute alternativas e projetos com os atores sociais, políticos e econômicos
Por Nélson Gonçalves
A maturidade celebrada nos 50 anos de existência deste Jornal da Cidade de Bauru, um dos principais jornais regionais do País, tem pelo menos três elementos essenciais na construção de uma plataforma multimídia de comunicação: o pioneirismo em antecipação de tecnologias, o papel fundamental na área investigativa e comunitária e na prática da pluralidade de ideias e opiniões, com ênfase no jornalismo de transformação social.
Nascido sob a chancela do empreendedorismo liderado pelo empresário Alcides Franciscato e calcado em constante renovação tecnológica, como a pioneira implantação do sistema offset no anos 70 e, depois, o ingresso no universo cibernético e digital nas décadas de 80 e 90 e nos anos 2000, o jornalismo do JC ganhou solidez e a confiança de seus leitores, entre outros fatores devido à sua defesa intransigente das grandes causas da cidade e região.
Nas últimas décadas, Bauru não teve nenhum caso denunciado de malversação do dinheiro público, superfaturamento em licitações ou investigação em fraudes em contratos da gestão pública que não tivesse passado pelo crivo da apuração, checagem e efetiva cobertura do Jornal da Cidade. Muito além da cobertura, o JC ainda assumiu papel de protagonismo na elucidação de casos emblemáticos, de esquemas de propina implantado em mais de uma área governamental, dos contratos superfaturados aos escândalos que misturaram corrupção com toda sorte de ataques à liberdade de expressão e até integridade física de jornalistas e outros profissionais.
INVESTIGATIVO
O histórico de manchetes da cobertura investigativa e responsável do JC elenca, ainda, apurações que apontaram para a descoberta e reparação de prejuízos ao erário. A especialização na análise de contratos e custos de serviços e compras públicas gerou consequências pedagógicas e de recuperação de valores em várias frentes.
Do erro de milhões no cálculo do então viaduto inacabado, da redução em escala de dezenas de milhões de cobrança contra a Prefeitura, dos questionamentos que fizeram despencar preços superfaturados cobrados da municipalidade, do diagnóstico que identificou erros de medições, escândalos da compra ilegal e da propina com achaques, tudo foi severa e criteriosamente discutido e publicado pelo seu jornal, em prol da preservação do erário público e da dignidade na vida política.
A partir desta vasta experiência e da mudança de paradigmas no histórico da política administrativa local e nas relações do governo com a sociedade, o jornalismo do JC completa seu Jubileu de Ouro com um seu papel social reforçado. Do aprendizado com os períodos de turbulências, onde o slogan do jornal se impôs diante da crise de ética e legal com o bordão “esta cidade é sua, este jornal é seu”, a periódico respeitado e referência na região Coração de São Paulo, seus diretores e profissionais sempre deixaram clara sua missão.
NOVO PARADIGMA
Com as mudanças contemporâneas em curso e com os impactos da contemporaneidade, o jornalismo de transformação assumiu um protagonismo. O JC assumiu em sua cobertura o papel de discussão de projetos de inserção social, de desenvolvimento, e que pudessem catalisar a mudança na vida dos cidadãos.
É desse período que vieram coberturas e editoriais como o da defesa da Avenida Nações Unidas Norte e a criação de um novo vetor de desenvolvimento para a cidade, a discussão sobre a implantação da Cidade Judiciária – embrião que percorreu o mandato de diferentes atores públicos, em diferentes gestões, e que culminou, neste momento, com a aprovação da área doada para o Estado e o aval dado pela presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para a destinação de recursos no Orçamento de 2018 para o início da obra por módulos – à aprovação pela Universidade de São Paulo (USP) do curso de Medicina, em parceria que envolve o governo do Estado e a Prefeitura de Bauru. A pedra fundamental da instalação está sendo lançada neste 1º de agosto pelo governador Geraldo Alckmin.
PROTAGONISMO
O jornalismo de transformação implementado pelo JC tem procedência. “O aprendizado e o protagonismo do jornal com o jornalismo investigativo, que mudou rumos na cultura da relação dos políticos com os recursos públicos, trouxeram a inquietação pela busca de soluções. O JC, então, passou a defender também grandes demandas de interesse da sociedade, a se posicionar sobre projetos sonhados há anos, como o curso de Medicina, a Nações Unidas Norte, a Cidade Judiciária e o destravamento da cidade, nesta fase recente”, resume o diretor do Grupo Cidade, Renato Zaiden.
Estava lançado, então, o desafio pelo jornalismo que responde, além do “o que, como, onde, por que e quando” para incluir o “e daí?”. Ou seja, feito o diagnóstico, problematizada uma temática, o jornalismo de transformação passou a ter a incumbência de discutir alternativas, saídas para problemas sociais, urbanos, de infraestrutura, de desenvolvimento.
Como exemplos significativos desse desafio de jornalismo de transformação, o Jornal da Cidade ancorou sua cobertura das eleições municipais de 2016 no diagnóstico da convulsão social vivida pela cidade, com a necessidade de solução para o maior movimento de ocupação por teto e moradia de todo o Interior, com 3.200 famílias cadastradas em 14 núcleos de acampamento precário ao redor da área urbana.
O jornalismo de transformação levantou, ainda, a crise do abastecimento, discutiu alternativas ao uso da água de superfície no Sistema Batalha, aguçou o debate pela necessidade de proteção intermunicipal do manancial e participou ativamente da ação pelas mudanças necessárias ao início do destravamento da cidade, debate que rendeu a mudança no Plano Diretor, na última semana, capaz de iniciar o primeiro capítulo de uma longa revisão nas diretrizes de ocupação sustentável do solo, de redirecionamento dos vetores de desenvolvimento, dos projetos de mobilidade e do sistema viário e das novas frentes de geração de emprego, renda e inovação, seja pelas cadeias da saúde e educação, seja pela necessidade de instalação de polos tecnológicos.
Entusiasmado com 50 anos do JC e 121 de Bauru, Franciscato vê cidade focada em desenvolvimento
Divulgação |
Empresário Alcides Franciscato |
Na semana que antecedeu a data em que o JC comemora 50 anos e a cidade o seu 121º aniversário, conversamos com o presidente dos Grupos Prata e Cidade, empresário Alcides Franciscato, que na segunda metade dos anos 60 foi convocado por lideranças de diversos setores da cidade a participar da vida pública e dar sua contribuição para grandes transformações que deram a Bauru novos rumos em direção ao desenvolvimento. Foi prefeito e deputado federal por três legislaturas com diferenciada expressão, com uma trajetória sempre lembrada pela população, que marcou pelas conquistas para Bauru e região
Apaixonado pela cidade, pelo jornal e muito dedicado ao trabalho, Franciscato se disse emocionado com o cinquentenário do JC. “Foi uma trajetória desafiadora. Para chegarmos até aqui, muita gente se esforçou. Queríamos dar à comunidade e região um instrumento de cidadania, através de um jornalismo pioneiro, sério, com posicionamentos e muito equilíbrio, que não se limitasse a divulgar fatos, mas que interagisse com as comunidades onde estivesse presente, fosse propositivo e atuante na defesa dos interesses coletivos e que funcionasse como um dos dínamos nas conquistas e iniciativas fundamentais para Bauru”.
Ele ressalta que em todos os momentos importantes de Bauru o JC, a 96 FM, enfim, o Grupo Cidade estiveram e continuarão presentes com suas atuações.
AQUI E NO MUNDO
Franciscato lembra que o jornal hoje está em dezenas de cidades da região, através dos exemplares impressos, mas que, com as novas tecnologias, mais pessoas estão lendo o JC em todo o mundo pela internet e nas redes sociais. “Muita gente de várias partes do País e do mundo acompanha a cidade e região pelo JCNET”. Revela se sentir orgulhoso e realizado pela trajetória do jornal, e compartilha isso com a equipe, diretores, jornalistas, publicitários, gráficos e demais funcionários, colaboradores, anunciantes e muito especialmente com os leitores. “Mas, acima de tudo, agradeço a Deus pela oportunidade de liderar essa iniciativa”, enfatiza Franciscato.
BAURU 121 ANOS
Ao perguntarmos como vê Bauru no cenário local e nacional e o momento da cidade, Franciscato ponderou que em determinadas ocasiões é necessário transcender preferências e posições pessoais e disputas por espaços políticos para focar em objetivos maiores, que sejam do interesse coletivo. “Vejo Bauru num momento especial, com o dialogo crescente entre lideranças como a do deputado Pedro Tobias, com o prefeito Gazzetta e vereadores, por exemplo, que tantas coisas boas trouxeram para Bauru nos últimos dias. Acompanhei pelo jornal a visita liderada por Tobias e pelos magistrados bauruenses ao TJ em São Paulo, para buscar a construção de um novo complexo judiciário para Bauru, com a presença também dos vereadores, do deputado Celso Nascimento, todos em prol da cidade, sendo muito bem recebidos pelo desembargador Paulo Dimas Mascaretti, presidente do órgão máximo da Justiça paulista e por seus assessores”, afirma o empresário.
DE VOLTA PARA O FUTURO
Para ele, a cidade está se voltando para o desenvolvimento, com avanços como a nova legislação aprovada na Câmara, preparando para um novo Plano Diretor, e a conquista de duas faculdades de medicina, uma particular e a outra com a consagrada chancela da USP, “que é um presente maravilhoso para Bauru e toda região”. “Ao somarmos com cidades como Marília, Jaú e Botucatu, seremos um importante polo nacional de excelência em saúde. Esse é um exemplo de união, com um trabalho especial do deputado Pedro Tobias junto ao governador Geraldo Alckmin e ao secretário de Saúde, Davi Uip, ao reitor da USP, Marco Antônio Zago, da parceria do prefeito Gazzetta, inclusive oferecendo contrapartidas, em um sonho de 60 anos de tantos bauruenses, felizmente retomado pela diretora da FOB, Maria Aparecida Machado, e com apoio total do JC”.
Tudo isso, em sua opinião, com certeza vai acelerar a cidade no que diz respeito ao desenvolvimento, não apenas na medicina e saúde. “Nesse momento, não podemos nos esquecer da atenção e carinho que o governador Geraldo Alckmin sempre dedica a Bauru”, ressalta. “Devemos sempre nos lembrar disso e sermos gratos a ele. Estamos voltados para o desenvolvimento rumo a um futuro promissor e por tudo isso quero parabenizar os bauruenses pelo aniversário e por esse momento tão bom de nossa cidade”, concluiu Franciscato, lembrando que temos muito trabalho pela frente.