‘Adote um boa-noite’ dá esperança de um lar a crianças e jovens

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Adote um boa-noite. 26/02/2019

“Oi, sou Richard. Tenho 15 anos. Sempre acredito em um futuro melhor”. Esta é a declaração de um adolescente ligado à Vara da Infância e Juventude, em Bauru. Ele e outros tantos jovens e crianças acima de 7 anos estão à espera de um novo lar e fazem parte do programa “Adote um boa-noite”, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). A iniciativa visa estimular a adoção tardia por meio de mensagens das próprias crianças.

Para se ter ideia, cerca de 5 mil crianças e adolescentes esperam para ser adotados em todo o País, apesar de haver mais de 38 mil pretendentes à adoção, conforme dados divulgados pelo Cadastro Nacional de Adoção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Essa conta não fecha, porque a grande maioria dos jovens prontos para ter um novo lar possui mais de 7 anos, enquanto aqueles que estão na fila para adotar desejam, quase sempre, crianças mais novas.

EVOLUÇÃO

Juiz da Vara da Infância e Juventude em Bauru, Ubirajara Maintinguer, que completou 20 anos de magistratura somente no município, revela que muita coisa mudou nessas últimas duas décadas.

Antes, a cidade possuía apenas um abrigo, que mantinha 150 crianças. Hoje, são oito deles, além de três programas de incentivo à adoção tardia, sendo que o mais recente é o “Adote um boa-noite”.

Segundo Ubirajara, o projeto consiste em inserir, em uma plataforma digital, uma foto e uma mensagem de alguns dos jovens à espera de um novo lar.

O magistrado conta que parte dessas crianças chegou até a acompanhar os atletas do Corinthians, antes do início de uma partida. “É a forma que a Justiça encontrou de ajudá-las, afinal, está provado que, na família, os pequenos recebem maior quantidade de estímulos, necessários para o desenvolvimento cognitivo”, argumenta.

COMO ADOTAR?

Um boa-noite não é apenas uma simples saudação, mas o agradecimento pelo dia que passou e a proteção para aquele que está por vir. Por isso, o projeto foi batizado com tal expressão.

Para participar, basta ser maior de 18 anos e 16 anos mais velho do que a criança ou o adolescente a ser adotado.

Em seguida, é preciso procurar pela Vara da Infância e Juventude do município ou região em que reside, levando os documentos pessoais originais, além de cópias simples ou autenticadas.

Depois, é feita a entrevista psicossocial, para conhecer estilo de vida, renda financeira e estado emocional do adotante, bem como a real motivação e expectativas quanto à adoção. Um técnico também costuma ir até a casa do interessado.

A partir das informações do cadastro e da avaliação psicossocial, o Ministério Público (MP) dá o seu parecer. Depois, toda a documentação é encaminhada ao juiz, responsável pela decisão final.

Em caso afirmativo, o adotante entra, automaticamente, no Cadastro Nacional de Adoção. Por fim, é só aguardar até que surja a criança ou o adolescente com as características desejadas. Quanto maior a criança, menor a espera.

Outros programas

Além do “Adote um boa-noite”, o TJSP trabalha com o apadrinhamento afetivo dos jovens abrigados, no qual o interessado desenvolve um papel semelhante ao do padrinho religioso: participa de festas, faz retiradas para passeio, entre outras atividades.

Há, ainda, o apadrinhamento financeiro. Neste caso, o interessado não tem contato direto com a criança, mas a ajuda financeiramente, ao bancar um curso profissionalizante, material escolar, entre outros.

SERVIÇO

O endereço eletrônico do projeto é o http://www.adoteumboanoite.com.br. Quem não tiver condições de adotar também pode ajudar. É simples, basta clicar no tópico “Adote um post” e compartilhar o projeto via Facebook.

Fonte: https://m.jcnet.com.br/Geral/2019/03/adote-um-boanoite-da-esperanca-de-um-lar-a-criancas-e-jovens.html?utm_source=Whatsapp&utm_medium=referral&utm_campaign=Share-Whatsapp

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