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Abril tem chuva abaixo da média e antecipa queimadas

Prevista para começar em maio, a estiagem já “deu as caras” e Bauru vem sofrendo as consequências. Para se ter uma ideia, em apenas quatro dias, o Corpo de Bombeiros atendeu 53 ocorrências de fogo em mato. O número é quase o dobro de atendimentos realizados durante o expediente da semana passada. A corporação considera a “onda” atípica para o período.

O tempo seco contribuiu bastante para o cenário. Isso porque abril tem chuva abaixo da média, segundo dados do Centro de Meteorologia de Bauru (IPMet) da Unesp. Para se ter uma ideia, não chove há 22 dias na cidade.

Até o momento, o índice pluviométrico é de 15 milímetros, sendo que o esperado para o mês inteiro varia entre 96 e 100 milímetros. O quadro, contudo, não deve mudar muito, já que não há previsão de chuva até sábado.

Resultado: mais trabalho para as autoridades municipais e transtornos para a população. De acordo com o tenente dos bombeiros Eduardo de Souza Costa, foram 14 ocorrências atendidas por dia, entre sábado e segunda (dias 21, 22 e 23). “Antes, a média era de oito atendimentos por dia”, enumera. Até as 18h dessa terça-feira (24), a corporação havia combatido 11 chamados de fogo em mato, segundo informou o Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (Cobom – 193). Um deles foi registrado em terreno localizado na quadra 2 da rua Doutor Walter Belian, Vila Nipônica.

Outro registro se deu na quadra 5 da rua Luís Ferrari, no Parque das Nações. Apesar dos números expressivos, não houve pessoas feridas em nenhum dos casos.

PROPORÇÕES

Samantha Ciuffa
Entre as ocorrências dessa terça (24), está incêndio na quadra 2 da rua Doutor Walter Belian, Vila Nipônica

Souza detalha que as ocorrências registradas variaram entre incêndios de média e pequena proporção, “incluindo áreas nobres e periféricas da cidade”, disse, sem, contudo, especificar os bairros atingidos.

O tenente atribui o aumento ao período de estiagem, que, segundo ele, se antecipou neste ano. “Na maior parte das vezes, só começa em maio”, reforça, complementando que, como reflexo dos focos de incêndio em massa registrados em áreas com mata da cidade, o efetivo da corporação já sente a rotina alterada.

“Em torno de 40 bombeiros atuam por dia em Bauru. Mas, quando há necessidade, realocamos pessoal da administração para atendimento das ocorrências”, ressalta.

PRINCIPAL CAUSA

Limpeza de terrenos realizada de forma irregular é a principal causa de incêndios em mato, aponta Souza. “A pessoa limpa o quintal, deposita a sujeira no terreno vizinho que está vazio e depois ateia fogo. As chamas se espalham em uma proporção que o cidadão não imaginava que fosse chegar. Em áreas rurais, a gente percebe bastante animais silvestres mortos e ninhos de pássaros queimados”.

Como consequência, há impacto ao meio ambiente e, sobretudo, à própria população. “A gente nota, quando vai levar alguém a unidades médicas, que aumenta a demanda de atendimento em razão de problemas respiratórios. Idosos e crianças são os que sentem mais”, aponta.

Entre as orientações à população, o tenente destaca que jamais deve-se atear fogo como forma de limpeza de terrenos. “Trata-se de crime ambiental sujeito à multa. A gente pede para que os proprietários conservem o ambiente limpo através da capinação”, finaliza.

TEMPO SECO CONTINUA

A previsão do tempo não está favorável para minimizar o período de estiagem antecipado. Segundo o meteorologista do IPMet da Unesp Thiago Guerreiro Ferreira, não há previsão de chuvas em Bauru até sábado. A última chuva na cidade foi registrada no dia 3 deste mês.

“Nos próximos dias, as temperaturas devem variar entre 18 graus de mínima e 30 de máxima”, discrimina Ferreira, destacando que, sem chuvas, a umidade relativa do ar deve continuar baixa.

Nessa terça (24), o registro foi de 32%, por volta das 14h55. “Até domingo, vai ficar nesse patamar, podendo cair para 30%, índice considerado estado de atenção”, finaliza.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/Geral/2018/04/abril-tem-chuva-abaixo-da-media-e-antecipa-queimadas.html

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