(Por Caio Coube)
A derrota do PT na eleição de 2018 era uma hipótese provável considerando as revelações da operação Lava Jato e a crise econômica que teve início em 2015. A vitória de Jair Bolsonaro obscuro deputado federal, candidato por um partido insignificante é um fenômeno político e social impressionante e que não estava no radar de ninguém.
Depois do fato consumado surgem as explicações. Venceu o candidato que melhor interpretou o ambiente político/social do momento e concentrou o discurso como sendo a alternativa anti PT, anticorrupção, a favor da segurança, a favor de costumes conservadores.
Bingo! A sociedade caminhou para a direita surgiu alguém que deu cara e voz a este sentimento. Bolsonaro presidente, a mais improvável das manchetes, tornou-se realidade.
É preciso imparcialidade política para analisar o período de 1994/2015 o período em que o Brasil foi governado pelo PSDB e pelo PT. Este período será sempre reconhecido pelos avanços sociais do Brasil com destaque para o aumento real de 150% do salário mínimo e a redução significativa da pobreza. Em 2001 brasileiros das classes D e E eram 56,8% da população. Em 2018 o percentual de brasileiros destas classes caiu para 22,1%. O Brasil deixou de ser um país de maioria da população pobre.
Este grande avanço social não é de graça e tem um custo para a sociedade. A carga tributária aumentou de 22% para 34% do PIB no período. Aumento de carga tributária significa mais dinheiro para o governo e menos dinheiro para as empresas e para as pessoas o que resulta em menos investimento, menos consumo e menos emprego.
Este crescimento da carga tributária permitiu também o crescimento das despesas do governo no âmbito federal, estadual e municipal, nas três esferas de poder executivo, legislativo e judiciário. Estudo do banco mundial concluiu que os salários pagos no setor público são 94% superiores aos salários do setor privado.
Para a sorte de Bolsonaro, e para sorte de nós brasileiros, o seu ministro da economia é o liberal Paulo Guedes. É nesse ponto; na economia; com Paulo Guedes no comando que o governo Bolsonaro representa uma mudança significativa.
O ministro e sua competente equipe de técnicos com vasta experiência no setor público, sabem que sair da situação de déficit e buscar o superávit fiscal é questão fundamental para a credibilidade do governo e para o aumento do investimento que resulta em emprego. O ministro e sua equipe estão atuando de forma cirúrgica sobre as três principais despesas do orçamento federal que são as despesas com previdência, os juros da dívida interna e as despesas com pessoal.
O ministro e sua equipe sabem que é preciso um choque de racionalidade, eficiência e produtividade para melhorar a qualidade dos serviços de saúde, educação, segurança, saneamento, transportes que o governo presta a população.
Para que isto aconteça são necessárias reformas, privatizações, quebra de paradigmas, e combate a privilégios. O congresso tem feito sua parte apoiando o programa reformista.
Toda esta agenda econômica liberal de enorme potencial para o crescimento está acontecendo apesar da turbulência política provocada pelas bobagens do Presidente e dos seus filhos. Há também o disciplinado esforço do “jornalismo militante” que faz o que pode para prejudicar o êxito das iniciativas do governo.
Esta experiência de governo liberal, de visão crítica do papel e do tamanho do Estado, é algo muito diferente de como sempre se pensou o setor público no Brasil. Quem teve a coragem de apontar o desperdício de recursos públicos representado pelos municípios com menos de 5000 habitantes?
O Brasil não pode deixar escapar a oportunidade que o governo liberal reformista representa.
Como disse Paulo Guedes “os liberais não são revolucionários, são evolucionistas.” O Brasil precisa evoluir.