Neste texto abordamos o mercado feminino sob dois aspectos:
o potencial de consumo e formas de comunicação
A partir de pesquisas publicadas no portal “Mundo do Marketing”, buscamos traçar um cenário geral das necessidades, expectativas e norteadores da relação atual da mulher com o mercado de consumo. Essas informações são básicas para qualquer empresa que atue com produtos destinados às mulheres, ou cuja decisão de compra seja influenciada por elas.
Segundo as projeções do IBGE, aproximadamente 51,5% da população brasileira é do sexo feminino. As mulheres representam 44% da força de trabalho (IBGE, 2016) e chefiam 40% dos lares (IBGE, 2015). Além disso, mesmo quando não é responsável direta pela aquisição do produto, a mulher influencia a decisão de compra. Uma pesquisa publicada em 2013 pela Sophia Mind, empresa do Grupo Bolsa de Mulher, indicou que a mulher decide 8 de cada 10 artigos comprados no País, e, dos R$ 1,972 trilhão de gastos anuais com bens e serviços, R$ 1,3 trilhão foram decididos por elas, fazendo do Brasil um dos primeiros colocados em mercado feminino no mundo. Outro fator relevante é que as mulheres são maioria nas plataformas de e-commerce, realizando 50,2% das compras (E-bit, 2013).
Dentre os hábitos de consumo, uma pesquisa de 2016 do SPC Brasil, indicou que 94% das mulheres consultadas utilizam as redes sociais para suas decisões de compra. As plataformas mais citadas são o Facebook (89%), o Youtube (43%) e o Instagram (34%) e os temas mais consultados foram culinária (65%), moda (47%) e beleza (43%). Esta mesma pesquisa traz uma informação fundamental para as marcas que pretendem buscar identificação com o mercado feminino: 59% das mulheres consultadas acreditam que o perfil da mulher presente na mídia não corresponde à realidade.
Falando ainda sobre decisão de compra, 7 de cada 10 mulheres dão muito valor à recomendação de conhecidos sobre produtos e serviços (DATA POPULAR / SENAC, 2013), e 95% das mulheres citam a qualidade como atributo mais importante na hora de definir uma compra (NIELSEN).
Como se comunicar com esse público?
No Dia Internacional da Mulher, em 2018, ficou nítido que as empresas que buscam se conectar com o público feminino nesta data, procuraram ficar longe de mensagens estereotipadas e focaram em um discurso de enaltecimento da força e luta com que as mulheres enfrentam seu dia a dia (MUNDO DO MARKETING, 2018). A partir do livro “Por que as Mulheres Compram”, outro estudo publicado no mesmo Portal, aponta que um fator crítico para o direcionamento dos esforços de comunicação com o mercado feminino, é compreender os diferentes perfis sociais. Não se trata de “falar para todas as mulheres”, mas sim de compreender como cada perfil de mulher – dentro de sua realidade socioeconômica, cultural e política – define suas necessidades e prioridades para consumir e se relacionar com as marcas.
Assim, é preciso que as empresas procurem gerar identificação com os diversos segmentos presentes no mercado feminino, buscando compreender os hábitos de consumo dos diferentes perfis que estão em contato com sua marca. Essa identificação pode ocorrer a partir de mensagens com apelo emocional ou racional, porém, é imprescindível que estejam conectadas com a realidade. Padrões inalcançáveis de beleza, o perfil da “mulher maravilha” (que enaltece a vinculação do sexo feminino ao cumprimento perfeito dos papeis de mãe, mulher, esposa, profissional, filha, etc) ou qualquer outro ideal projetado de comportamento feminino, estão definitivamente fora do jogo.
Sucesso e felicidade a todos.