Número 1 da organização era chefe político do grupo na Faixa de Gaza e ascendeu ao topo da organização como um todo depois de Israel assassinar Ismail Haniyeh, no Irã, em julho.
“Sinwar foi eliminado após um ano em que se escondeu no coração da população civil em Gaza, e em esconderijos subterrâneos nos túneis do Hamas. Dezenas de ações realizadas pelas FDI e pelo Shin Bet (serviço secreto israelense) no último ano, e nas últimas semanas na área onde foi morto, reduziram a área de atividade de Yahya Sinwar, que foi perseguido pelas forças, e levaram à sua morte”, disse o porta-voz das Forças, Daniel Hagari.
“O assassino em massa Yahya Sinwar, responsável pelo massacre e pelas atrocidades de 7 de outubro, foi morto hoje por soldados das Forças de Defesa de Israel”, disse o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, em comunicado.
Segundo Israel, soldados mataram três integrantes do Hamas durante um confronto por terra em Gaza. O Exército israelense diz que realizou testes de DNA e de compatibilidade de arcada dentária para confirmar a identidade.
Mais cedo, fontes do Hamas disseram à agência de notícias Reuters que “indicações sugerem que Sinwar foi morto em um operação de Israel em Gaza”.
Os terroristas mortos por Israel trocaram tiros com soldados israelenses e do Hamas em uma residência em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Pela manhã, redes de TV israelenses disseram, citando membros do gabinete de segurança de Israel , que “é muito provável” que Sinwar esteja morto.
Sinwar é considerado um dos principais mentores dos atentados terroristas de 7 de outubro de 2023 em Israel, que deixaram cerca de 1.200 mortos. Israel o havia jurado de morte dias após o ataque.
Nesta quinta, um ataque de Israel a uma escola que abriga deslocados em Jabalia, na Faixa de Gaza deixou 28 mortos, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. O grupo nega que o local seja usado para fins de combate.
Quem foi Yahya Sinwar
Sinwar era o mais alto funcionário do grupo na Faixa de Gaza, controlada politicamente pelo grupo. Ele ascendeu ao comando de todo o Hamas após a morte de Ismael Haniyeh, assassinado no Irã em julho, por Israel.
Sinwar passou 23 anos em prisões israelenses, condenado a quatro penas de prisão perpétua, pela morte de dois soldados israelenses e de quatro palestinos considerados espiões de Israel.
Ele foi libertado em 2011, com mais 1.026 prisioneiros palestinos, em troca do soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado cinco anos antes pelo Hamas.
Em 2018, durante as negociações para um cessar-fogo com Israel, ele redigiu, à mão e em hebraico, uma mensagem ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, com apenas duas palavras: “risco calculado”.
O premiê israelense concordou, então, em permitir a entrada de ajuda financeira regular do Catar a Gaza, em troca de uma trégua frágil com o Hamas, sem aceder, contudo, a outras exigências, como troca de prisioneiros e levantamento do bloqueio ao enclave.
Sinwar e outros líderes do grupo terroristas passaram a se esconder em bunkers e fortificados e a raramente fazer aparições públicas desde o início dos anos 2000, quando Israel realizou uma onda de assassinatos seletivos contra comandantes da facção.
Ele era tido como um dos mentores intelectuais dos atentados terroristas de 7 de outubro de 2023, quando uma ação do Hamas matou cerca de 1.200 pessoas em Israel e levou mais de 200 reféns para a Faixa de Gaza. Desde então, Israel ceclarou guerra ao grupo e perpetrou diversos ataques à Faixa de Gaza, deixando mais de 42 mil mortos, muitos dos quais mulheres e crianças, de acordo com o Hamas.
“Yahya Sinwar, o líder do Hamas que reacendeu a guerra entre a Palestina e Israel, é um homem morto”, afirmou Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, logo após os ataques de outubro de 2023.