A DECISÃO DE 2024

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Bauru se prepara neste segundo semestre para escolher aquele que representa não só suas maiores virtudes, mas também as melhores propostas para resolver os problemas que efetivamente afetam o cotidiano da cidade.
São pouco mais de 282 mil eleitores a elegerem uma única pessoa para comandar o Palácio das Cerejeiras, sede da Prefeitura de Bauru, e também outras duas dezenas de nomes para ocupar as cadeiras da Câmara Municipal.
Ao contrário do que acontece há várias eleições, em 2025 o Poder Legislativo do município não terá mais apenas 17 vereadores, atual número de parlamentares, mas 21 deles.
O primeiro turno será realizado dia 06 de Outubro e o segundo turno, dia 27 de Outubro de 2024.
A mudança, formalizada através de uma emenda à Lei Orgânica – a lei maior municipal -, foi aprovada no final de 2022 numa votação que deu aval também ao aumento no subsídio dos vereadores. Os edis hoje recebem R$ 7.845,21 e passarão a embolsar mensalmente R$ 14.762,80 a partir do ano que vem.
São oito os nomes que disputam a chefia do Poder Executivo: em ordem alfabética, estão no páreo Antonio Izzo Filho (Agir), Chiara Ranieri (União Brasil), Dr. Raul (Podemos), Paulo Lago (PCO), Prof Xaides (PDT), Professor Marcos Chagas (PSOL), Ricardo Crepaldi (PV) e Suéllen Rosim (PSD).
Metade dos candidatos é conhecida na política. Izzo foi prefeito duas vezes na década de 1990 – acabou cassado -, Raul foi vereador e deputado estadual por pouco mais de um mês, quando o titular do cargo se licenciou (Raul era primeiro suplente), Xaides comandou a Secretaria de Planejamento quando do governo Tuga Angerami e Suéllen, enfim, é a atual prefeita de Bauru.
As eleições deste ano são de alguma forma mais peculiares do que as demais porque a cidade já dá sinais de impaciência frente a problemas que não mais ocorrem em outros centros urbanos.
Todos os dias, por exemplo, mais de 35 mil pessoas sofrem com o desabastecimento de suas casas em razão de um racionamento hídrico que atinge mais de 90 mil pessoas.
O problema decorre da grande dependência que o município tem sobre o rio Batalha, responsável por abastecer nada menos que 27% da cidade.
As torneiras continuam secas apesar das promessas das últimas três gestões, de 2012 a 2024, cujos titulares garantiram em seus planos de governo que resolveriam o problema do desabastecimento.
Os desafios da falta de água
Por André Fleury Moraes
Sobram promessas, faltam resultados. O crônico problema de abastecimento de água não envolve necessariamente mais reservação hídrica. Isso passa também por interligações entre poços e reservatórios já existentes para mitigar o problema.
Um levantamento do projeto “Soluções Integradas Para Cidades Resilientes” (Sacre), contratado em 2022 pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE) para elaborar uma verdadeira radiografia do sistema hídrico de Bauru, revela que parte dos poços perfurados nos últimos anos, sobretudo na Zona Sul, são investimentos a serem esquecidos.
Segundo o estudo, conduzido por um hidrogeólogo que é também professor titular da Universidade de São Paulo (USP), o Aquífero Guarani, que abastece 70% de Bauru, sofre um “afunilamento” no Centro e na Zona Sul – o que diminui o volume do reservatório nessas regiões.
Em outras palavras, o Guarani diminui nessas duas regiões, o que dificulta a captação de água. Isso explica, por exemplo, a produção de água muito inferior ao estimado em parte dos poços perfurados, a exemplo do Alto Paraíso.
Quando do anúncio da perfuração deste poço, por exemplo, estimou-se captação hídrica média de 179,43 metros cúbicos por hora. A vazão média do local está em 18,56 na mesma medida.
Há também problemas relacionados à setorização – as interligações subterrâneas entre um poço e outro.
A falta da iniciativa não deixa de prejudicar o município. É por isso que dois poços localizados na Zona Sul, com boa produção, funcionam menos do que o esperado. Na região do Alphaville, por exemplo, o poço funciona por apenas três horas por dia. No Estoril, 39 minutos.
A captação desses dois poços, quando somada, é estimada em 290 metros cúbicos por hora – mas a bomba não atinge essa capacidade porque não há reservatório de recursos hídricos nessa região e tampouco tubulação que pudesse enviar a água para outros locais.
O Sacre apontou, por outro lado, que os olhos do município devem se voltar à Zona Norte. É uma região que possui oferta pujante de água, revelou o estudo, e precisa ser aproveitada para suprir a deficiência hídrica do município.
Mas o problema também exige novos reservatórios, como mostrou o próprio projeto Sacre. Inclusive no próprio leito do Rio Batalha – mas não acima do leito, percurso em que o rio diminui, e sim na região mais abaixo.
Segurança Pública:
A hora e vez do município
Por André Fleury Moraes
Não é segredo para ninguém que o efetivo da Polícia Militar (PM) e demais agentes de segurança sob responsabilidade do Estado, como a Polícia Civil, enfrenta uma grande defasagem em razão das poucas vagas disponibilizadas em concursos públicos frente às aposentadorias anualmente concretizadas.
Isso significa, em outras palavras, que a responsabilidade sobre o setor tem sido paulatinamente transferida aos municípios – a quem cabe, no final das contas, fazer o dever de casa.
 Em Jaú, por exemplo, a prefeitura instalou 1.400 câmeras de segurança no município e criou a “Central de Monitoramento Inteligente”, que atua na prevenção à criminalidade sempre que acionada.
“A Central decide a melhor ferramenta a ser utilizada: sistema de iluminação, sistema de mensagens de voz ou acionamento dos órgãos de segurança pública”, explicou a administração quando do anúncio de que o projeto havia sido concluído.
 Em Bauru, em contrapartida, nada disso existe. Câmeras de segurança até existem, mas em locais específicos – como nos poços do Departamento de Água e Esgoto (DAE) ou no totem “Eu amo Bauru” localizado no Parque Vitória Régia.
Não há nenhum projeto, porém, para se criar um “cinturão” de monitoramento em Bauru. Se isso existisse, em contrapartida, as investigações do episódio que abalou o município – o caso Claudia Lobo, envolvendo o homicídio, como diz a Polícia Civil, da secretária-executiva da Apae – certamente seriam mais ágeis – e o deslinde, também.
Por André Fleury Moraes
O eleitorado bauruense composto por 282.642 cidadãos, número que representa crescimento moderado em relação aos pleitos anteriores. Comparado com 2020, quando 270.949 pessoas estavam aptas a votar, e com 2022, que teve 279.646 eleitores, a quantidade de eleitores cresceu, refletindo uma leve expansão no registro eleitoral da cidade.
 A maioria dos eleitores bauruenses está na faixa etária de 45 a 59 anos, num total de 71.419 indivíduos. A distribuição etária revela uma população votante predominantemente adulta, com apenas 365 eleitores de 16 anos e 980 de 17 anos, indicando uma baixa adesão dos mais jovens ao processo eleitoral. O grupo de eleitores com idade entre 25 e 34 anos conta com 51.217 pessoas, enquanto a faixa etária de 35 a 44 anos inclui 55.696 eleitores, tornando-se o segundo maior segmento. Por gênero, as mulheres representam 54% do eleitorado com 151.623 eleitores, enquanto os homens somam 46% do total, com 130.573 eleitores. Há 446 eleitores cujo gênero não foi informado.
 No que diz respeito ao nível de escolaridade, o perfil dos eleitores bauruenses é bastante diversificado. Há 3.664 eleitores analfabetos e 51.939 com ensino fundamental incompleto. A parcela com ensino fundamental completo é de 21.002 pessoas, enquanto 48.864 eleitores não concluíram o ensino médio e 88.722 têm ensino médio completo. O número de eleitores com ensino superior incompleto é de 19.980, e aqueles com ensino superior completo somam 42.218.
 Uma característica notável é a falta de informação sobre a cor ou raça de 93,28% dos eleitores. Entre os que forneceram essa informação, 11.264 se declararam brancos, 5.688 pardos, 1.785 pretos e 231 amarelos. Apenas 20 eleitores se identificam como indígenas, divididos entre diferentes etnias, incluindo Guarani Kaiowá e Terena.
 O perfil dos eleitores jovens também apresenta uma mudança significativa. A quantidade de eleitores entre 16 e 17 anos caiu 44% em comparação com 2022, após um aumento durante o período das eleições nacionais de 2022. Em 2024, há 1.345 eleitores nessa faixa etária, um número inferior ao de 2022, quando era de 3.029.
Além disso, o número de eleitores analfabetos tem diminuído gradualmente, de 4.080 em 2020 para 3.664 em 2024. No entanto, o grupo de eleitores que não completou o ensino superior cresceu, passando de 18.340 em 2020 para 19.980 em 2024.
 Em suma, o eleitorado de Bauru para as eleições de 2024 reflete um perfil diversificado, com uma predominância de eleitores adultos e uma crescente ênfase na educação. A evolução das características demográficas e educacionais do eleitorado poderá influenciar as estratégias eleitorais e as prioridades dos candidatos neste pleito.

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