Plano contra enchente na Nações prevê nova tubulação e custa R$ 340 milhões

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Audiência Pública sobre projeto da drenagem da av. Nações Unidas Júlio Canholi Ricardo Olivatto

O projeto de mitigação das enchentes na avenida Nações Unidas foi apresentado ontem, na Câmara Municipal, por representantes da empresa Hidrostudio, responsável pela elaboração do projeto, contratado desde 2015 pela Prefeitura de Bauru. Para sair do papel, ainda será necessário a elaboração de um projeto executivo, e depois a captação de recursos com o governo federal para o início das obras, que podem durar cerca de três anos. A construção deve ser feita em três etapas.

Pelo projeto apresentado, a aposta será no aumento da tubulação de águas pluviais ao lado da canalização do Córrego Água das Flores, junto com a construção de quatro reservatórios, sendo o primeiro na altura do Parque Vitória Régia, o segundo na Praça do Líbano – no cruzamento com a Avenida Rodrigues Alves – e os dois últimos na Vila Universitária. Todos são subterrâneos, ou seja, permitem a reurbanização com uso do espaço.

O custo total é de R$ 340 milhões, mas a obra deve ser dividida em três partes, o que também possibilita a busca de verba de maneira fracionada, teoricamente algo mais viável. O valor total é quase o triplo do que Bauru está gastando com a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa, que recebeu recursos a fundo perdido da União e contrapartida do município.

ETAPAS

A primeira etapa do projeto da Nações Unidas tem custo estimado em R$ 142 milhões, sendo R$ 61 milhões para a construção de um reservatório com capacidade para 65 mil metros cúbicos de água no Parque Vitória Régia, onde atualmente fica o playground. Esta fase ainda prevê R$ 35 milhões em galerias na parte mais alta da Nações Unidas, acima do viaduto da Duque de Caxias, e R$ 42 milhões em microdrenagem, com a abertura de 700 novas bocas de lobo e 42 quilômetros de novas redes de águas pluviais em bairros como Vila Universitária, Jardim Planalto e Jardim Brasil.

A primeira etapa terminaria com mais R$ 4 milhões em urbanização e paisagismo. Só com esta primeira fase, o projeto já considera que a avenida suportaria chuvas de até 76 milímetros, que tem Tempo de Retorno (TR) de dez anos – ou seja, em média, a via só acabaria sofrendo com enchentes uma vez a cada década. As galerias ao longo da avenida teriam diâmetro superior a três metros, pois as atuais tem menos de um metro.

A segunda etapa do projeto custa R$ 133 milhões, sendo R$ 82 milhões para a construção do reservatório na Praça do Líbano, com capacidade para 60 mil metros cúbicos de água, R$ 7 milhões em galerias, no trecho entre a Duque de Caxias e a Rua Ezequiel Ramos, R$ 41 milhões em microdrenagem em bairros como Higienópolis e parte do Centro, e R$ 3 milhões em urbanismo e paisagismo. Com esta segunda fase, a via já suportaria chuvas com incidência de até 90 milímetros, o que reduziria o índice de enchentes para uma vez a cada 25 anos, em média.

Por fim, há uma terceira etapa, de R$ 65 milhões, na construção de dois reservatórios, ambos na Vila Universitária, e que fariam a via suportar até 110 milímetros de chuva, o que ocorre em média apenas a cada 100 anos.

Projeto em mãos possibilita busca de recursos

O engenheiro Júlio Canholi, da Hidrostudio, frisa que a construção por etapas é mais vantajosa pois após a conclusão da primeira parte os impactos já serão sentidos. O secretário de Obras, Ricardo Olivatto, lembra que tendo o projeto em mãos, o município passa a ter condições de buscar recursos no governo federal, através do Ministério das Cidades, seja a fundo perdido ou por linha de crédito, via empréstimo.

O projeto apresentado não prevê alterações no trecho da Nações Unidas sob o viaduto da Fepasa. Olivatto reitera que, com a construção das galerias e reservatórios, esse trecho da via – o mais crítico – deixaria de sofrer com as enchentes. Canholi, por sua vez, defendeu que além das galerias é necessário construir reservatórios para que a quantidade de água despejada no Rio Bauru, na foz do Ribeirão das Flores, continue a mesma, na faixa de 20 metros cúbicos por segundo em dias de chuva forte. Caso apenas a tubulação seja feita, a Nações Unidas pode deixar de sofrer com as inundações, e apenas transferir o problema para a avenida Nuno de Assis, a partir da Rodoviária até o final da área urbana.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/Geral/2018/03/plano-contra-enchente-na-nacoes-preve-nova-tubulacao-e-custa-340-milhoes.html

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