E o Globo de Ouro foi para…

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Laura Dern, Nicole Kidman, Zoe Kravitz, Reese Witherspoon e Shailene Woodley posam para fotos nos bastidores do Globo de Ouro 07/01/2018 REUTERS/Lucy Nicholson

Numa noite em que era esperado que a politização ofuscasse os prêmios, a voltagem política do Globo de Ouro ficou por conta dos vestidos (quase todos pretos) e do apresentador, Seth Meyers, que brincou que “foi um ano complicado para ser homem branco em Hollywood”. Foram repostas às denúncias de assédio que varreram 2017.

Também politizada, Oprah Winfrey, homenageada da noite, lembrou de quando Sidney Poitier, como ela, negro, venceu o Oscar, e celebrou a imprensa, “hoje cerceada”.

Ela falou ainda de violência contra a mulher e citou os slogans de protesto “Time’s Up” (o tempo acabou) e “Me Too” (eu também).

A cerimônia ocorreu na noite deste domingo (7-1), em Los Angeles, com prêmios em cinema e TV.

Em cinema, a grande surpresa foi a vitória de “Três Anúncios para o Crime”, que roubou o favoritismo de “A Forma da Água”, e levou quatro prêmios -melhor drama, melhor atriz dramática (Frances McDormand), melhor roteiro e melhor ator coadjuvante (Sam Rockwell).

Com essa vitória, a premiação fez uma jogada ousada: optou por uma história mais radical sobre o ódio nos confins dos Estados Unidos.

A trama, que também levou o prêmio do público no Festival de Toronto, gira em torno de uma mãe (McDormand), que resolve se vingar dos policiais que não apuraram a morte da filha dela. Como revanche, ela afixa mensagens intimidadoras nos três outdoors que dão nome ao filme de Martin McDonagh.

Ainda que não tenha sido o grande vencedor, o romance de tintas fantásticas “A Forma da Água” levou as estatuetas por diretor (para o mexicano Guillermo del Toro) e melhor trilha sonora. Narra o envolvimento entre uma faxineira (Sally Hawkins) e um monstro aquático.

Foi o mesmo número de vitórias de “Lady Bird”, comédia indie que ganhou por filme cômico e atriz nessa categoria (Saoirse Ronan).

Outro forte cotado, Gary Oldman venceu por ator dramático por seu papel como Winston Churchill em “O Destino de uma Nação”.

Na categoria de atores coadjuvantes, a a vez foi dos personagens cruéis. Além de Rockwell, que vive um policial racista em “Três Anúncios”, venceu Alison Janey pela mãe megera que faz em “Eu, Tonya”.

História similar à de “Três Anúncios”, também sobre uma mãe vingativa, venceu o prêmio de melhor filme estrangeiro: o alemão “Em Pedaços”, de Fatih Akin, sobre uma mulher (Diane Kruger) que sai em busca de revanche contra os terroristas que mataram seu marido e seu filho.

James Franco venceu o prêmio de ator de comédia por “O Artista do Desastre”, filme baseado em história real sobre uma dupla improvável que resolve fazer cinema.

Como melhor animação, o vencedor foi “Viva”, produção da Pixar/Disney sobre um menino mexicano que viaja para o Mundo dos Mortos. Já o filme “O Rei do Show” levou por melhor canção original.

TELEVISÃO

Em TV, depois de se destacar no Emmy, “Big Little Lies” e “The Handmaid’s” voltaram a roubar a cena e levaram prêmios nas principais categorias do Globo de Ouro.

As escolhas refletem um momento bastante específico, marcado pelo protagonismo de figuras femininas em histórias de violência e opressão.

A minissérie “Big Little Lies”, que tinha seis indicações em quatro categorias, levou quatro troféus: minissérie, atriz (Nicole Kidman), atriz coadjuvante (Laura Dern) e ator (Alexander Skarsgard). A obra tem como centro um grupo de mães perturbadas por situações de violência.

Kidman disputava o troféu de melhor atriz inclusive com Reese Witherspoon, com quem dividiu protagonismo na obra. Dern fez um discurso dirigido principalmente às mães. “Precisamos mostrar às nossas crianças que elas podem contar a verdade sem medo de retaliações”. A referência era sua própria personagem, que, na série, tem uma filha que sofre bullying.

Na categoria atriz de série dramática, o Globo de Ouro repetiu a opção do Emmy, e deu o segundo troféu para Elizabeth Moss, por sua atuação em “The Handmaid’s Tale”, que também venceu como melhor série. Trata-se de história sobre criadas que passam por violência extrema, privadas de seus direitos como cidadãs, em um futuro distópico.

Em ator de série dramática, venceu Sterling K. Brown, de “This is Us”. Também foi anunciado o prêmio para Rachel Brosnahan (atriz de série cômica, em “The Marvelous Mrs. Maisel”).

“Master of None” perdeu como série cômica para “The Marvelous Mrs. Maisel”, mas seu ator-protagonista, Aziz Ansari, levou o troféu de ator no gênero.

Fonte https://www.jcnet.com.br/Cultura/2018/01/e-o-globo-de-ouro-foi-para.html

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