São Paulo: veja quem são os pré-candidatos ao governo do estado e ao Senado

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Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de SP Governo de SP

Recém-filiado ao PSDB, que governa o estado desde 1995, vice-governador Rodrigo Garcia tentará manter o legado tucano; Haddad e Márcio França ainda não decidiram futuro

O maior colégio eleitoral do país segue sem definições claras de quem disputará o Palácio dos Bandeirantes, principalmente porque o atual governador João Doria (PSDB) afirma que não disputará a reeleição para brigar pela Presidência da República.

Um levantamento realizado pela CNN apontou quem são os pré-candidatos para o governo estadual e para o Senado em São Paulo. Vale destacar que os partidos podem mudar as indicações até 5 de agosto, quando acaba o prazo para as convenções.

Os pré-candidatos ao governo estadual

As prévias que definiram Doria como candidato ao Planalto também selaram o nome de Rodrigo Garcia (PSDB) como o tucano para a disputa estadual. Atual vice-governador, sua entrada no partido que ganhou as eleições estaduais desde 1994 ocorreu em 2021, justamente para que ele concorresse. Garcia era filiado ao DEM desde 2007. O advogado e empresário de 47 anos já foi deputado estadual e federal e passou por várias secretarias. É o principal nome do legado da atual gestão.

Como candidato de oposição surge, novamente, o professor Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação, ex-prefeito de São Paulo e concorrente derrotado no segundo turno das eleições presidenciais de 2018. Ele é o nome que busca unificar a voz daqueles contrários à continuidade da gestão tucana, que elegeu Mário Covas, Geraldo Alckmin, José Serra e João Doria, governadores ao longo dos últimos 28 anos.

Haddad, de 59 anos, espera receber o apoio de Alckmin, que neste momento tem um acerto com o PSB para se viabilizar como vice na chapa de Lula (PT) à Presidência da República.

As costuras políticas em torno de Haddad ainda dependem dos rumos de Márcio França (PSB), ex-governador de São Paulo que assumiu o cargo, à época, após a renúncia de Alckmin para concorrer à Presidência em 2018. França foi derrotado no segundo turno por menos de 3 pontos percentuais para Doria na última eleição para governador e terminou a corrida pela prefeitura da capital em terceiro lugar em 2020. A principal possibilidade entre caciques que desejam unificar PT e PSB é que França seja vice de Haddad, mas o futuro do ex-governador segue em aberto.

Para correr por fora da disputa PSDB-PT, surge o nome do ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, de 46 anos, que deve se filiar ao PL, mesmo partido do presidente. Ele é a aposta de Jair Bolsonaro no maior colégio eleitoral brasileiro. Considerado um nome técnico e pouco ideológico, Tarcísio é a imagem que o governo federal quer passar para exemplificar como foram os últimos quatro anos do governo, e, consequentemente, ter um palanque forte na capital econômica do país.

Engenheiro e militar da reserva, Tarcísio foi responsável pelo programa de privatizações no governo Dilma Rousseff e está ao lado de Bolsonaro desde o período de transição, no final de 2018. Deve ser exonerado do ministério que ocupa em uma grande reforma ministerial programada para as próximas semanas.

Pelo Novo, o nome que tem sido aventado é de Vinicius Poit, deputado federal em primeiro mandato. Ele se elegeu na onda da renovação política em 2018, é formado em administração de empresas e já atuou no mercado financeiro.

Assim como Alckmin, outro nome que aparece em levantamentos prévios, mas que pode não lançar candidatura de fato é o de Guilherme Boulos. O militante que ficou nacionalmente conhecido na disputa ao Planalto em 2018 é do PSOL. Seu crescimento em 2020 surpreendeu adversários e o fez chegar ao segundo turno na corrida à Prefeitura de São Paulo.

O partido está rachado, já que uma ala pretende apoiar nacionalmente e também no estado a campanha petista. Outro grupo segue firme acreditando que deve ter candidaturas próprias. Se a decisão final for estar ao lado de Haddad, Boulos pode se lançar a deputado federal.

Recentemente o nome do deputado estadual, Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, foi retirado pelo próprio político do rol de pré-candidatos. Ele, que é ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), se envolveu em polêmicas em áudios enviados a amigos comentando a situação de refugiadas ucranianas. Desde então, o parlamentar já pediu desfiliação do Podemos e colocou sua participação nas eleições de outubro em suspenso.

O ex-ministro da educação Abraham Weintraub é mais um que se coloca à disposição para a disputa pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), que deve virar Brasil35. Mesmo fortemente ligado ao bolsonarismo, não deve contar com apoio do presidente, já que o governo federal está focado em eleger Tarcísio de Freitas. Weintraub surge como um outsider e deseja carregar a imagem de candidato tipicamente conservador.

O nome de Weintraub ganhou repercussão pelas inúmeras controvérsias em que se envolveu no período em que comandou o Ministério da Educação e por ter supostamente criado uma “guerra ideológica” contra militantes de esquerda que estavam na pasta. Apesar de ter sua permanência bancada por Bolsonaro, acabou desgastado por ter sugerido “botar os vagabundos” do Supremo Tribunal Federal na cadeia. Desde então, é diretor no conselho do Banco Mundial. Mesmo longe do Brasil, segue colecionando críticas pela postura combativa que adota em redes sociais.

Pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), o nome de Gabriel Colombo já foi confirmado como pré-candidato. Ele entra no pleito na tentativa de causar uma “revolução socialista” no país, já que não acredita que seja possível humanizar o capitalismo. A disputa em São Paulo é um dos pólos que o partido acredita ser necessário conquistar para iniciar essas mudanças estruturais. Apesar da proximidade com o PT, Gabriel surge como candidato devido à desaprovação de uma eventual aliança com Geraldo Alckmin, que era do PSDB.

O prefeito de Santo André, Paulo Henrique Pinto Serra, e o chefe do Executivo em São José dos Campos, Felicio Ramuth, disputam a vaga do PSD. Ambos os gestores ganharam destaque durante a pandemia. Paulo Serra recentemente chegou a defender que máscaras só precisam ser utilizadas em locais fechados. Já Felício esteve em um palanque ao lado do presidente da República.

Os pré-candidatos ao Senado

Com as indefinições sobre candidaturas ao governo, o cenário para a disputa pelo Senado em São Paulo também fica nebuloso. Atualmente há pelo menos oito pré-candidatos colocados, mas vários deles dependem de outras negociações.

Um desses nomes que pode concorrer à cadeira de senador é Márcio França, que deseja disputar o governo, mas, dependendo das articulações, pode mudar o foco para Brasília.

Já o atual senador José Serra (PSDB) está em final de mandato, mas ainda não está definido se concorrerá à reeleição. Ele chegou a tirar uma licença médica, recentemente, por causa do mal de Parkinson, mas alega que estaria bem de saúde para seguir na carreira política. Fontes do partido, no entanto, apontam que ele deve disputar uma vaga na Câmara Federal.

O apresentador José Luiz Datena (União Brasil) é mais um nome que está dividido. Com possibilidades de ir para o PDT, Datena já deixou claro que quer participar do pleito, mas não definiu o cargo ainda. As possibilidades mais aventadas são uma vaga no Senado ou até a vice-presidência ao lado de Ciro Gomes. Essa possibilidade é a principal articulação do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que vê no âncora uma forma de furar a bolha do eleitorado do ex-governador do Ceará.

Se a candidatura de Datena à vice-presidência se confirmar, o PDT deve sair com o tenente-coronel Mario Filho para o Senado. Filiado no final de dezembro, o ex-comandante da Rota de São Paulo é autor de livros e deve capitanear votos dos eleitores que priorizam a área de segurança pública. Sua candidatura está posta desde a sua filiação, mas a decisão de Datena será determinante para garantir o futuro do tenente-coronel.

A deputada estadual Janaina Paschoal, que foi recordista de votos na eleição de 2018, se filiou ao PRTB para concorrer ao Senado. Seu nome é atrelado ao impeachment de Dilma Rousseff, já que foi uma das autoras do pedido que prosperou e foi responsável por afastar a petista.

Janaina chegou a ser convidada para ser vice de Bolsonaro em 2018, mas recusou. Também trocou farpas com bolsonaristas ao criticar algumas atitudes do presidente, mas utiliza suas redes para apoiar muitas condutas dele, principalmente relacionadas à pandemia. Buscou reconquistar Bolsonaro para ter apoio na candidatura, mas está atrás de nomes como Damares Alves e Datena na preferência de Jair Bolsonaro. A ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos é uma possível candidata, mas ainda precisa definir seu domicílio eleitoral.

O PSDB também está com a candidatura em aberto: de um lado o nome do presidente do partido na cidade de São Paulo, Fernando Alfredo, do outro, a deputada federal Joice Hasselmann. Ela chegou a ser líder do governo Bolsonaro e foi muito próxima das lideranças nacionais, mas rompeu com o presidente.

Para chegar ao pleito como representante do PSDB, ela precisa superar Fernando Alfredo, que é militante do partido desde os 13 anos de idade. O líder da sigla já chegou a criticar a postura dos senadores atuais alegando que eles “estão distantes do PSDB”. Outro fator da disputa interna é que o próprio ocupante da vaga atual, José Serra, irá ser um possível “puxador de votos” na Câmara, desistindo da chance de ficar mais oito anos no cargo.

A médica Nise Yamaguchi (PTB), defensora do uso da cloroquina no tratamento contra a Covid-19 e que foi acusada de participar de um “gabinete paralelo” da Saúde durante a pandemia, se filiou no final de fevereiro para concorrer ao Senado. Sua ideia é angariar os votos dos conservadores. A médica teve uma passagem marcante como depoente na CPI da Pandemia, no ano passado, e chegou a constar no relatório final entre as sugestões de indiciamentos.

O primeiro turno da eleição de 2022 está marcado para acontecer no primeiro domingo de outubro, dia 2. E, caso seja necessário, o segundo turno será realizado no dia 30 do mesmo mês.

Confira abaixo os senadores cujos mandatos terminam em 2023. As vagas deles no Senado estarão em jogo nas eleições deste ano

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