Texto oficial tem 1.288 páginas e conta com um total de 80 sugestões de indiciamentos — 78 pessoas e duas empresas —, entre eles o presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
O relatório oficial da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), foi aprovado nesta terça-feira (26), com 7 votos a favor e 4 contrários ao texto. Após a votação, os parlamentares fizeram um minuto de silêncio em memória às mais de 606 mil vítimas da Covid-19. Veja como votou cada senador.
O relatório da CPI tem 1.288 páginas e conta com um total de 80 sugestões de indiciamentos — 78 pessoas e duas empresas. Leia a íntegra do relatório apresentado nesta terça e veja a lista com as 80 sugestões de indiciamento e os respectivos crimes.
Os nomes do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do ex-secretário de Saúde do estado, Marcellus Campêlo, foram incluídos nesta terça-feira (26).
O relatório final ainda cita mais de 80 vezes o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), atribui a ele o cometimento de 10 crimes e pede que Bolsonaro seja afastado de todas as redes sociais para a “proteção da população brasileira”.
Além disso, um requerimento aprovado nesta terça encaminhou as informações ditas pelo presidente na live ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Antes da votação do documento, os senadores Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e o próprio Heinze leram seus votos em separado. Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Eduardo Braga (MDB-AM) retiraram os votos em separado que haviam apresentado.
Como o relatório oficial foi aprovado, os votos em separado apresentados por parlamentares governistas não chegaram a ser analisados.
Após seis meses de trabalho e 69 reuniões, a CPI criada para apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil chega ao fim.
Veja como votou cada senador
Votaram a favor do relatório:
- Renan Calheiros (MDB-AL) — relator;
Eduardo Braga (MDB-AM);
Tasso Jereissati (PSDB-CE);
Otto Alencar (PSD-BA);
Humberto Costa (PT-PE);
Randolfe Rodrigues (Rede AP);
Omar Aziz (PSD-AM).
Votaram contra o relatório:
- Luis Carlos Heinze (PP-RS)
- Eduardo Girão (Podemos-CE)
- Marcos Rogério (DEM-RO)
- Jorginho Mello (PL-SC)
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2 de 57 18 out. 2021 – Pessoas afetadas pela Covid-19 foram ouvidas pela CPI da Pandemia Crédito: Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado -
3 de 57 7 out. 2021 – Walter Correa de Souza Neto, ex-médico da Prevent Senior e Tadeu Frederico de Andrade, cliente da operadora de saúde em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Pedro França/Agência Senado -
4 de 57 6 out. 2021 – Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado -
5 de 57 5 out. 2021 – Raimundo Nonato Brasil e Andreia Lima, sócio e CEO da VTCLog, respectivamente, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Roque de Sá/Agência Senado -
6 de 57 30 set. 2021 – Otávio Fakhoury, empresário apontado como financiador de disseminação de notícias falsas, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado -
7 de 57 29 set. 2021 – Luciano Hang, dono das lojas Havan, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado -
8 de 57 28 set. 2021 – Bruna Morato, advogada de ex-médicos da Prevent Senior, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Roque de Sá/Agência Senado -
9 de 57 23 set. 2021 – Danilo Trento, diretor institucional da Precisa medicamentos, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Pedro França/Agência Senado -
10 de 57 22 set. 2021 – Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Pedro França/Agência Senado -
11 de 57 21 set. 2021 – Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), em depoimento à CPI Crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado -
12 de 57 15 set. 2021 – Marconny Faria, apontado como suposto lobista da Precisa Medicamentos, em depoimento à CPI Crédito: Roque de Sá/Agência Senado -
13 de 57 14 set. 2021 – Marcos Tolentino, apontado como “sócio oculto” do FIB Bank, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado -
14 de 57 2 set. 2021 – Francisco Araújo, ex-secretário de Saúde do DF, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Pedro França/Agência Senado -
15 de 57 1 set. 2021 – Ivanildo Gonçalves, motoboy da VTCLog, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Roque de Sá/Agência Senado -
16 de 57 29 ago. 2021 – José Ricardo Santana, ex-secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Anvisa, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado -
17 de 57 25 ago. 2021 – Roberto Pereira Ramos Júnior, diretor da FIB Bank, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senad -
18 de 57 24 ago. 2021 – Emanuel Catori, sócio da farmacêutica Belcher, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado -
19 de 57 19 ago. 2021 – Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado -
20 de 57 18 ago. 2021 – Túlio Silveira, advogado da Precisa Medicamentos, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Pedro França/Agência Senado -
21 de 57 17 ago. 2021 – Alexandre Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), em depoimento à CPI Crédito: Pedro França/Agência Senado -
22 de 57 12 ago. 2021 – Ricardo Barros (PP-PR), deputado federal e líder do governo na Câmara, em depoimento à CPI Crédito: Pedro França/Agência Senado -
23 de 57 11 ago. 2021 – Jailton Batista, diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, em depoimento à CPI Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado -
24 de 57 10 ago. 2021 – Helcio Bruno de Almeida, coronel da reserva e presidente da ONG Instituto Força Brasil, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado -
25 de 57 5 ago. 2021 – Airton Cascavel, ex-assessor especial do Ministério da Saúde, em depoimento à CPI Crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado -
26 de 57 4 ago. 2021 – Marcelo Blanco da Costa, coronel da reserva e ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado -
27 de 57 3 ago. 2021 – Amilton Gomes de Paula, reverendo, em depoimento à CPI Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado -
28 de 57 15 jul. 2021 – Cristiano Carvalho, vendedor da Davati no Brasil, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Pedro França/Agência Senado -
29 de 57 13 e 14 de jul. 2021 – Emanuela Medrades, diretora-executiva da Precisa Medicamentos, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Pedro França/Agência Senado -
30 de 57 9 jul. 2021 – William Amorim Santana, consultor do Ministério da Saúde, em depoimento à CPI da Pandemia Crédito: Pedro França/Agência Senado -
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O que acontece agora
Como uma CPI não tem poder de indiciar, o relatório aprovado nesta terça-feira (26) com as sugestões de indiciamento será encaminhado às autoridades competentes como o Ministério Público e a Câmara dos Deputados, que poderão indiciar os citados.
No relatório aprovado são citados quatro ministros, dois ex-ministros, seis deputados, um senador, um governador, um vereador, além de treze médicos e três empresários.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), além de seus três filhos, Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, todos com cargos públicos, estão entre os incluídos.
No caso de Bolsonaro, que possui foro privilegiado, com dez crimes imputados entre artigos do Código Penal, do Tratado de Roma e da Lei de Responsabilidade, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar e realizar – ou não – o indiciamento.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já afirmou que a entrega do documento pode acontecer ao procurador-geral da República, Augusto Aras, já na quarta-feira (27).
Se houver crimes de responsabilidade contra Bolsonaro, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), avaliará se pautará a abertura do processo de impeachment.
Ainda há a possibilidade de compartilhamento das investigações realizadas pela CPI ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que criou a CPI da Prevent Senior, que apura a denúncia de crimes contra a operadora de saúde. E ainda para a Procuradoria da República no Amazonas, para investigação no colapso no sistema de saúde local no começo deste ano.
*Com informações de Douglas Porto e Beatriz Gurgel, da CNN