Como pai, um dia me perguntei: “O que eu mais desejo aos meus filhos?”
De pronto pensei: ”- Que eles sejam felizes!”.
– Ótimo! Questão resolvida!
Mas, então o que é ser feliz?
– Ah! Essa também é fácil!
– “Casar, ter filhos, um bom emprego e casa própria.”
Pronto! Próxima pergunta!
Mas como ser humano que sou me perguntei novamente: “ Casar, ter filhos, um bom emprego e casa própria vai garantir a felicidade deles? Garantiu a minha?”
As perguntas não pararam de surgir…
Quem me disse um dia que isso seria sinônimo de felicidade?
Quais momentos da minha vida me lembro de ter sido feliz?
Lembrei então de objetivos conquistados após grandes esforços e como foi bom quando compartilhei estes momentos felizes com amigos e a família.
Quando olho para esses momentos de alegria não consigo deixar de pensar também em toda tristeza, dificuldade e abnegação que passei antes e que foram fundamentais para me dar força e a desfrutar melhor desses tão raros e preciosos momentos.
Então facilmente chego a conclusão que se quero que meu filho seja feliz devo propiciar a ele capacidade de suportar a tristeza, a dificuldade e a abnegação, além da importância do valor da amizade e do compartilhar. Falo aqui de amizades reais e compartilhamento de sentimentos, que são bem diferentes de seguidores e likes.
Aí as coisas ficam mais difíceis… Porque não tive uma educação para a vida nesse sentido!
E hoje ainda luto para desenvolver essas qualidades e a capacidade desenvolver laços e veículos com sentido e significado. Como educá-los para a vida simultaneamente com minha autoeducação para a vida?
Não tenho mais as certezas das respostas fechadas, apenas dúvidas não respondidas… Afinal não é assim a vida?
Dr. José Roberto Ortega Junior
Medico Paliativista
“Meu trabalho consiste em ajudar a pacientes em fim de vida a viver melhor seus últimos dias, nas horas vagas procuro ensinar meus filhos a viverem melhor seus primeiros dias… enquanto isso tento aprender com ambos como viver melhor o dia de hoje”.
