Bauru tem saldo de 5 mil empregos e recupera vagas perdidas durante o ano

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O economista Reinaldo Cafeo destaca que retomada é mais intensa no comércio e serviços / Crédito: Malavolta Jr.

Acumulado de junho a novembro foi superior às 4.400 vagas com carteira assinada que tinham sido extintas entre março e maio

Em um ano repleto de desafios, Bauru conseguiu recuperar as vagas de trabalho com carteira assinada perdidas nos meses iniciais da pandemia da Covid-19. De junho a novembro, foram criados 5.160 empregos formais na cidade, ante aos 4.400 que tinham sido extintos entre março e maio.

O avanço foi importante para amenizar os fortes impactos gerados pela crise sanitária na economia da cidade. Agora, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, Bauru acumula saldo de 2.195 postos gerados no ano, considerando o período de janeiro a novembro.

Novembro, inclusive, corresponde ao sexto mês consecutivo que o nível de emprego em Bauru teve saldo positivo e também foi o mês com melhor resultado, de 1.625 vagas criadas. Segundo o economista Reinaldo Cafeo, a recuperação é reflexo direto da volta quase que à normalidade das atividades, incluindo os segmentos de comércio e serviços, que formam 70% da matriz econômica de Bauru, bem como a indústria.

“A retomada vem sendo muito forte no varejo e em serviços, sendo que este último setor ‘patinou’ no início da pandemia e demorou um pouco para se recuperar. Mas, à medida em que a indústria retorna à normalidade e que o comércio volta a funcionar, o segmento de serviços acaba se beneficiando deste movimento positivo”, analisa.

SEGMENTOS

De fato, serviços foi o segmento responsável por gerar o maior número de postos de trabalho entre junho e novembro, com 2.363 vagas, seguido pelo comércio, com 1.325. Os dois setores, aliás, foram os que mais tinham extinto postos de março a maio e os mais beneficiados, na sequência, pela injeção de recursos proporcionada pelo auxílio emergencial do governo federal.

Já a indústria contribuiu com 788 postos entre junho e novembro e a construção civil, com 692. A agropecuária foi a única que contabilizou perda de vagas no município – 8 nestes seis meses. Chama atenção, ainda, que a grande massa dos que foram empregados neste período possui entre 18 a 24 anos e ensino médio completo, sendo que, na faixa acima de 50 anos, o saldo segue negativo, com 466 vagas perdidas.

“As empresas estão buscando, nos trabalhadores mais velhos, experiência aliada à técnica, mas o número de pessoas que agrupa estas características é pequeno. Considerando a demanda por versatilidade, habilidades para lidar com novas tecnologias e home office, as empresas estão de olho em trabalhadores mais jovens, que recebem, inclusive, salários de entrada menores”, completa.

Taxa de desemprego

Ainda de acordo com Cafeo, a perspectiva é de que o saldo de vagas de emprego também seja positivo em dezembro de 2020. Contudo, o número de desempregados no País, calculado pelo IBGE, ainda continua aumentando neste mês, o que representa um grande desafio para 2021. O economista explica que estes dois cenários, aparentemente contraditórios, podem ser explicados pelo fato de as pessoas que até então estavam desestimuladas a procurar emprego voltarem a entregar currículos nas empresas.

“À medida em que veem a repercussão de que o emprego formal está voltando e que as empresas começam a ter fôlego, elas saem de suas residências e vão buscar recolocação no mercado de trabalho. E a taxa de desemprego é aferida a partir da quantidade de pessoas que dizem, para os pesquisadores do IBGE, que estão procurando emprego. Hoje, são mais de 14 milhões de desempregados. Há um déficit de vagas que precisa ser resolvido”, observa.

Mãe e filha são recolocadas em novembro

Pouco tempo depois do início da pandemia do novo coronavírus, em Bauru, a vendedora Edilva Alves do Nascimento Oliveira, de 45 anos, e a sua filha, a assistente de planejamento Rafaela Nascimento Oliveira, de 23, perderam o emprego. O pai da jovem, que trabalha como motorista, precisou manter a casa sozinho.

Rafaela relata que ela atuava como auxiliar administrativa em uma companhia de alarmes de incêndio, mas foi demitida em abril. “Eu fiquei até outubro em isolamento, recebendo o seguro. Assim que o benefício acabou, encontrei uma vaga em uma empresa de cobranças, onde comecei a trabalhar em novembro e permaneço até hoje”, descreve.

Já a mãe da garota atuava como auxiliar administrativa em um escritório de contabilidade, mas também perdeu o emprego. Há um mês, ela arrumou uma vaga de vendedora em uma loja. “Nós não esperávamos que conseguiríamos algo tão rápido”, conclui Rafaela.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2020/12/745206-bauru-tem-saldo-de-5-mil-empregos-e-recupera-vagas-perdidas-durante-o-ano.html#.X_GAYWRUXgA.whatsapp

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