A reportagem de capa desta semana da revista norte-americana Time faz uma retrospectiva de 2020 e define o ano marcado pela pandemia de coronavírus como o pior que já existiu – ao menos para a grande maioria das pessoas vivas hoje.
“Você precisaria ter mais de 100 anos para se lembrar da devastação da Primeira Guerra Mundial e da pandemia da gripe espanhola em 1918; aproximadamente 90 para saber o que foi a privação econômica causada pela Grande Depressão, e estar nos seus 80 para ter alguma memória da Segunda Guerra Mundial e seus horrores”, diz o artigo, asinado pela escritora e crítica de cinema da revista Stephanie Stephanie Zacharek.
Além da exaustão do confinamento e das quase 300 mil mortes já causadas pelo coronavírus nos Estados Unidos, Zacharek menciona e critica também outros episódios do ano como o assassinato de George Floyd, a falta de liderança do presidente Donald Trump e as queimadas que aconteceram na Austrália e na Califórnia.
“A maioria de nós não teve treinamento para isso – a recorrência de desastres naturais que apenas confirmam o quanto nós temos traído a natureza; uma eleição contestada na base da fantasia; um vírus que começou possivelmente com um morcego e acabou afetando virtualmente todos no planeta e acabou com a vida de cerca de 1,5 milhão de pessoas no mundo”, diz o texto.