Preocupado com possíveis sinais de crescimento na curva de contaminação pelo novo coronavírus, o governo de São Paulo vai publicar um decreto que proibirá a desmobilização de leitos de UTI e a realização de novos agendamentos de cirurgias eletivas (que não são urgentes). O objetivo da medida é garantir leitos de unidade de terapia intensiva para infectados por Covid-19.
“Hoje, o estado de São Paulo tem 43,5% de taxa de ocupação de UTIs. E a grande São Paulo tem o índice de 49,7%”, afirmou Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo. “O governo do estado de São Paulo assina hoje um decreto que determina a todos os hospitais, a não desmobilização de qualquer leito, seja ele de UTI ou de enfermaria, voltadas para o atendimento da Covid-19. Assim como a não realização de novos agendamentos de cirurgias eletivas para que dessa forma possamos garantir leitos a todos os pacientes que possam necessitar”, explicou.
Ainda por conta do possível crescimento da curva, o governo de São Paulo pretende voltar a atualizar o Plano SP a cada 14 dias. “No final de cada duas semanas, poderemos tomar medidas mais efetivas. Mas tudo isso não vai resolver se as pessoas não derem conta do papel no processo. Não adianta ampliar leitos se as pessoas não usarem máscaras. Para os jovens, parece não ter importância, muitos nem vão saber que estão doentes. Mas lentamente vamos alimentar a infeção daqueles que não podem adquirir a doença e estão isolados“, afirmou João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19.
Gabbardo também afirmou que o governo não atualizou o Plano SP nesse momento por “prudência” para ter uma análise melhor dos números. Se fosse atualização, a tendência era ter mais regiões na fase verde, por isso da “cautela”, segundo o coordenador.
Vacina
São Paulo recebeu nesta quinta-feira (19) o primeiro lote de doses da vacina chinesa Coronavac. São 120 mil doses que poderão ser aplicadas em 60 mil pessoas, depois da conclusão da Fase 3 de testes e a liberação da Anvisa. O governador João Doria (PSDB), afirmou que até o final do ano serão 46 milhões de doses. Ele também falou sobre a disputa política em torno do tema. “Não estamos numa corrida pela vacina, mas pela vida. São Paulo quer sim a vacina do Butantan, mas quer também as outras vacinas, que seguem o protocolo internacional e da Anvisa e possam ser compradas e distribuídas para a população. Não podemos perder tempo com burocracia ou discussões inúteis de ordem política, ideológica”.