Faltam medicamentos em farmácias municipais e pacientes se queixam
Já há algum tempo, vários pacientes têm voltado de mãos vazias das farmácias ligadas à Prefeitura de Bauru. O problema chegou à vereadora Telma Gobbi (PP), que apresentou, na última sessão da Casa de Leis, na segunda-feira (19), uma lista com 39 medicamentos em falta na rede municipal. O poder público, por sua vez, diz que se trata de um desabastecimento temporário.
A auxiliar de creche Giusara Aparecida Barbosa, de 44 anos, se dirigiu até a unidade da rua Sete de Setembro, na região central da cidade, nesta quinta-feira (22), em busca de Azitromicina, mas não encontrou.
Antes, ela havia ligado na farmácia da Vila Independência, que também estava sem o medicamento. “Há três meses, foi a vez do Gliclazida, que eu tomo para conter o diabetes. Agora, assim como aconteceu naquela época, me vejo obrigada a comprar”, reclama.
O aposentado Élio Teodoro, de 60, foi até a unidade do Centro, também na quinta, em busca de um medicamento para conseguir dormir, o Amitriptilina. “Há dois meses, eles estavam sem o remédio e eu precisei comprar. Hoje [ontem], também voltei de mãos vazias”, critica.
Assim como estes dois pacientes, a pensionista Laura Cardia Scarabello, de 82, depende das farmácias municipais, pois ganha apenas um salário mínimo. Na sexta-feira passada (16), o seu sobrinho tentou retirar uma série de remédios na unidade do Jardim Carolina, porém, só conseguiu o Gliclazida.
O rapaz saiu de lá sem o Losartana (pressão alta), o Anlodipino (pressão alta), o Metoprolol (arritmia), o AAS (sangue), o Metformina (diabetes) e o Sinvastatina (colesterol). “Não tem outro jeito a não ser comprar. Eu ainda moro sozinha, mas como faz quem divide um salário mínimo com outras pessoas?”, questiona.
OUTRO LADO
Em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura informa que o prazo de entrega do Azitromicina, requisitado por Giusara Aparecida Barbosa, vencerá na segunda-feira (26).
Quanto ao Amitriptilina, receitado para Élio Teodoro, o poder público alega que adquiriu 185 mil unidades. No entanto, o fornecedor entregou apenas 55 mil e, ainda por cima, pediu o cancelamento do restante. O município não autorizou e aguarda a posição da empresa.
Questionada sobre os medicamentos de Laura Cardia Scarabello, a prefeitura frisa que, em alguns casos, substitui os remédios por outros da mesma funcionalidade.
Ainda de acordo com a assessoria, o Metoprolol e o AAs já estão com os estoques regularizados, mas os demais aguardam a entrega do fornecedor.
Já o Losartana e o Metformina podem ser retirados, gratuitamente, pelo Programa Aqui Tem Farmácia Popular.
Por fim, a prefeitura observa que a programação para a aquisição de medicações é realizada periodicamente. Contudo, segundo o poder público, existem situações supervenientes que levam a um desabastecimento temporário.