Um hábito comum entre pais e mães, principalmente de primeira viagem, preocupados com o conforto do primogênito, é coloca-los em colchões macios, enrolá-los em edredons quentes e rodeados por travesseiros, ursos de pelúcia e afins. Mas esses cuidados podem gerar, sem intenções, a morte súbita ou por asfixia do bebê. Casos como estes já foram noticiados tanto na TV quanto na Internet.
Mais da metade dos bebês são postos para dormir com cobertores, almofadas ou brinquedos, que representam um risco maior de provocar morte súbita (síndrome SIDS), pois esses objetos, em particular, podem obstruir as vias respiratórias do bebê e trazer risco de asfixia.
No mesmo viés, a maioria dos casos de bebês que morrem por asfixia ocorre quando eles são colocados sobre superfície macias nas quais afundam. Os bebês de 0 a 4 meses tem maior risco de sufocar-se. Estes bebês não têm força suficiente para levantar a cabeça e voltar a respirar.
Outro ponto importante a frisar, é que muitas mães passam a dormir junto dos filhos na mesma cama, o que também aumentaria o risco de asfixia.
No Brasil não existe estatísticas oficiais sobre o número de crianças que têm morte súbita, e apesar de amplas investigações, continua um mistério a causa das mortes no berço.
Desde de 2007, o Ministério de Saúde Brasileiro, começou a publicar a orientação de como posicionar a criança na Caderneta da Criança. A posição mais indicada é com a barriga voltada para cima. Esta medida permite que o bebê respire melhor diminuindo o risco de engasgo, e fazendo possível com que a criança gire a cabeça para o lado em caso de vômito.
“Os papais devem ter consciência de que os cobertores e edredons são perigosos, principalmente para os recém-nascidos. Eles são muito pequenos e estas roupas pesadas de cama podem facilitar seu sufocamento. O bebê também pode se enrolar nas cobertas”, destaca o pediatra do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Renato Santos Coelho, para o Jornal NR.
E também o presidente do Cacam (Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente de Marília), Hederaldo Benetti, frisa que “É importante o conhecimento por partes das pessoas. Inclusive as cuidadoras do Cacam recebem treinamento e capacitação para cuidar das crianças e evitar não enrolar em cobertores e os berços da Instituição possuem padrões INMETRO e existe uma vigilância 24 horas”
Além disso vários artigos denunciam este fato há tempos e trazem, além de alertas, as seguintes orientações:
- Coloque o bebê para dormir sempre em decúbito dorsal, ou seja, de barriga para cima;
- Escolha um colchão firme, nem mole, nem duro demais;
- Evite colocar bichos pelúcia, travesseiros, cobertores e protetores no berço;
- Faça o pré-natal correto, já que o acompanhamento ainda na gravidez está relacionado a um menor risco de morte súbita;
- Diga não ao tabagismo e evite contato com cigarro durante a gravidez e após o nascimento do bebê. Ainda que a gestante não fume, quanto mais longe da fumaça ou de pessoas que tenham esse hábito, melhor;
- Não beba nem use medicação por conta própria durante a gravidez;
- Ao sugar, a criança desenvolve melhor o sistema respiratório, já que é obrigada a respirar pelo nariz;
- Não exagere no cobertor. Uma “camada” de roupa a mais do que a sua é suficiente, de acordo com a AAP. Evite cobrir a cabeça e as mãos do bebê, pois as extremidades são o canal utilizado pelo corpo para regular a temperatura;
- Espalhe as informações e faça com que todos as pessoas que participam dos cuidados com o bebê saibam das recomendações. Babás, avós, tias, cuidadoras do berçário.
Com base em dados do Ministério da Saúde disponibilizados na plataforma DATASUS, abaixo encontram-se alguns infográficos que mostram os principais dados de acidentes com crianças, incluindo 21,2% de sufocamento por morte de 0 até 14 anos.
Sugestão de links para pesquisa:
http://criancasegura.org.br/dados-de-acidentes/
https://www.pastoraldacrianca.org.br/noticias2/880-cuidados-no-berco-evitam-sufocacao