Em cinco anos, Bauru ganha 9,8 mil pessoas

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Com crescimento contínuo e sem grandes variações, Bauru chegou a 376.818 habitantes, segundo estimativa populacional divulgada nesta quarta-feira (28) pelo IBGE. Em cinco anos, a cidade ganhou 9.826 novos moradores, sendo 2.546 contabilizados somente nos últimos 12 meses.

O aumento de apenas 0,68% em relação ao ano anterior é praticamente a mesma taxa registrada ao longo dos últimos anos. Em 2015, o índice foi de 0,66%; em 2016, de 0,65%; em 2017, de 0,63%; e, em 2018, de 0,69%.

Segundo especialistas, esta estabilização traz benefícios. Principalmente em um momento de restrições orçamentárias, não ter registrado explosão demográfica nos últimos anos contribuiu para não agravar a oferta de serviços públicos básicos, como os da área de saúde e educação, que já foram sobrecarregados diante da perda de poder aquisitivo da população.

“O crescimento populacional não está, necessariamente, atrelado ao desenvolvimento socioeconômico de uma cidade, que garante geração de oportunidades. O crescimento desenfreado, inclusive, tende a provocar consequências indesejáveis, com pessoas ocupando espaços sem infraestrutura urbana”, pontua o arquiteto e urbanista Edmilson Queiroz Dias, professor da Unesp e Unip, em Bauru.

Titular da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), Letícia Kirchner reforça que o aumento populacional em Bauru tem oferecido a oportunidade para a cidade se desenvolver com maior sustentabilidade.

EXPANSÃO URBANA

E uma das medidas importantes para o crescimento planejado para os próximos anos, segundo ela, foi a aprovação da expansão do perímetro urbano do município. “Na região norte, por exemplo, há previsão de construção de novas moradias, já com a instalação de unidades de saúde e escolas garantida pelos empreendimentos”, afirma.

Ainda de acordo com a secretária, há preocupação, também, quanto ao preenchimento dos vazios urbanos, já que a ocupação destes espaços contribui para desacelerar a demanda por maior área de cobertura de serviços como coleta de lixo e transporte coletivo. “Felizmente, nos últimos dez anos, estes vazios diminuíram muito, com a construção de pequenos condomínios verticais ou unidades individualizadas”, pondera.

Ainda segundo o IBGE, o crescimento de Bauru entre 2018 e 2019 foi menor do que a taxa nacional e estadual, respectivamente, de 0,79% e 0,83% (leia mais na página 16). O percentual registrado pela cidade também foi inferior ao de municípios de porte semelhante, como Franca (0,79%), Piracicaba (0,79%), São José do Rio Preto (0,97%) e Jundiaí (1%).

Polo educacional

Bauru reúne características que contribuem para fixar moradores em um ritmo de crescimento estável. Além de ser cidade de médio porte, com boa gama de serviços e maior segurança na comparação com regiões metropolitanas, também é polo educacional.

Vale destacar, no entanto, que os estudantes que permanecem em Bauru por alguns anos não são contabilizados pelo IBGE. “Embora estas pessoas ajudem a movimentar a economia, elas não são consideradas para a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios, apesar de utilizarem a infraestrutura pública da cidade. Por este motivo, creio que o parâmetro para a disponibilização deste fundo deveria ser revisado pelo Tribunal de Contas da União”, observa Edmilson Queiroz Dias.

Fonte: Jornal da Cidade

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