Cardiologia | NOVA COLUNA

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ANDRÉ SAAB - Médico cardiologista – CRM 82950, sócio proprietário da Yallon Clínica Médica. Membro efetivo da American Heart Association e da European Society of Cardiology.

Medicamento inovador potencializa tratamento do colesterol

Cardio-HeartNoBrasil, cerca de 40% da população adulta, além de muitos jovens e até crianças sofrem com o aumento do colesterol, situação influenciada por hábitos alimentares não saudáveis, sedentarismo, tabagismo e estresse, além de causas genéticas hereditárias.
A princípio o nome é um pouco estranho, inibidores da PCSK9 (proprotein convertase subtilisin/kexin type 9). Tentando resumir de maneira simples, a PCSK9 é um tipo de proteína que leva à degradação dos receptores de LDL na superfície das células do fígado. Estes receptores são os responsáveis por capturar as partículas de LDL circulantes no sangue e, posteriormente, internalizá-las dentro do fígado.

 

Quanto mais receptores de LDL houver nas células hepáticas (LDL sérico), ou seja, quanto menor o LDL sérico – menor o risco cardiovascular e, quanto mais ativa a PCSK9 – maior a destruição dos receptores e, por consequência, maior a concentração de LDL no sangue. A ideia então é tentar bloquear essa enzima e, é aí que entram os anticorpos monoclonais contra a PCSK9, também chamados de inibidores da PCSK9.
Mais uma vez, os nomes não são muito amistosos, Arilocumab, Evolocumab e Bococizumab foram as primeiras medicações deste grupo a serem estudadas em humanos. Os trabalhos realizados apontaram redução de até 70% dos níveis de colesterol LDL.
Principais pontos do novo medicamento:
Medicação injetável, ministrada via subcutânea a cada 2 ou 4 semanas;
Mesmo pacientes que já estão usando dose máxima de Estatinas, a associação com inibidores da PCSK9 pode levar a uma queda adicional de até 75% do LDL;
As taxas de efeitos colaterais com este grupo de medicação são bem baixas, sendo as mais comuns, reações no local da aplicação e mialgias.

Os grupos que mais se beneficiam com os inibidores de PCSK9:
Pacientes com intolerância à dose alta de Estatinas;

Pacientes que não apresentam a queda de LDL esperada com Estatinas.

É importante ressaltar que essa nova medicação chega, não para substituir as Estatinas, que continuam como primeira escolha de tratamento para a maioria dos casos. Ela pode ser considerada um excelente aliado em situações que as Estatinas não são toleradas ou não atuem como o desejado, cabendo ao médico analisar a necessidade particular de cada paciente.
O novo medicamento representa uma ótima ferramenta para auxiliar cardiologistas, mas acima de tudo, é uma nova esperança para pacientes no tratamento desse distúrbio tão comum.

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