A cidade de Bauru (SP) registrou neste ano um número de baixo de casos de dengue – apenas 28, até o início de setembro –, mas autoridades sanitárias da cidade revelam preocupação com a doença.
Primeiro, porque a baixa quantidade de notificações de dengue tem feito com que os moradores de muitas regiões da cidade “afrouxem” no trabalho de prevenção aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Bauru ‘afrouxa’ na prevenção à dengue e novo tipo da doença vira ameaça
Além disso, a circulação de um vírus, o do tipo 2 da doença, que infectou pouquíssimas pessoas na cidade até agora, pode expor os moradores ao perigos de enfrentar uma doença para a qual quase ninguém possui defesas no organismo.
Segundo Mário Ramos, chefe do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), Bauru registrou nos últimos anos casos dos tipos 1 e 3 da dengue, enquanto há mais de cinco anos não há notificação do tipo 2 da doença.
“Como faz tempo que ele [tipo 2] não circula, existe um risco maior de proliferação, ou seja, nós temos uma população sensível, agora exposta a esse novo vírus”, explica Ramos.
O médico infectologista Marcelo Pesce reforça o alerta lembrando que as pessoas que já contraíram algum tipo de dengue adquirem imunidade para aquela variação de vírus, mas que aquelas que pegam a doença pela segunda vez têm chances maiores de complicações.
“Quando entra um outro tipo de vírus, aquela pessoa que estava imune àquele vírus vai pegar dengue novamente, o que aumenta o risco de desenvolver a versão hemorrágica da doença, porque o organismo já está sensibilizado, e as complicações são maiores”, diz Pesce.
LIRAa mede o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti por bairro — Foto: Prefeitura de Bauru/Divulgação
Se o número de casos é pequeno, o mesmo não acontece com o índice de infestação do mosquito transmissor. Segundo dados de julho do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), Bauru apresentou um índice de 1,3. O ideal é que o LIRAa se mantenha abaixo de 1.
A pesquisa que identifica os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor de doenças como a dengue, a zika e chikungunya também revela que a população relaxou e voltou a descuidar de quintais e terrenos.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2018/10/03/bauru-afrouxa-na-prevencao-a-dengue-e-novo-tipo-da-doenca-vira-ameaca.ghtml