O Natal está chegando e a economia bauruense, como sempre, espera um “presente”. Considerado o “respiro” do orçamento, o 13.º salário deve injetar até R$ 300 milhões na cidade, entre o final de novembro e dezembro todo, época de pagamento das parcelas pela maioria das empresas. Mas tudo indica que a maior parte da população deve, mais uma vez, usar o salário extra para pagar dívidas, como um cartão de crédito atrasado e o cheque especial.
Até setembro, Bauru possuía 114.719 trabalhadores registrados, segundo o Caged. Em seu último levantamento, em 2016, a Fiesp apontou que o salário médio do trabalhador da indústria era de R$ 2.499. Já o IBGE calculou, em 2015, que a média era de 2,9 salários mínimos por trabalhador formal em Bauru, cerca de R$ 2.717,00.A conta é do economista Adriano Fabri, que realizou uma estimativa com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do salário médio da população da cidade segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“Ao multiplicarmos a quantidade de trabalhadores formais por uma média de salário, na ordem de R$ 2,6 mil, chegaremos próximo aos R$ 300 milhões, um número que acredito ser viável”, explica o economista.
Fabri observa, ainda, que sua análise considerou a injeção a nível nacional, que será de R$ 200 bilhões, conforme anunciado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese). “Isso representa 3,2% do PIB. Se aplicarmos este mesmo percentual em Bauru, a conta daria R$ 380 milhões, e não acredito neste número”, comenta.
Com 5,9 mil funcionários ativos, a Prefeitura Municipal possui a maior folha de pagamentos da cidade e deve injetar, sozinha, R$ 15 milhões no cenário local a partir de 14 dezembro, data do pagamento da segunda parcela do 13.º. “A primeira parcela foi paga em julho. O DAE e a Funprev também seguem estas datas”, cita David José Françoso, titular da Secretaria Municipal de Administração.
PAGAR OU GASTAR?
Fabri diz que a economia não apresentou mais quedas, mas ainda não há sinais de crescimento econômico significativo para este ano.
“Apenas uma pequena parte do 13.º deverá virar consumo e uma proporção mais ou menos igual às compras deve ser poupada”, avalia Fabri. “Como nos anos anteriores, a maior parte dos brasileiros deve usar o valor para pagar dívidas”, reforça.
Antes de qualquer decisão, seja de pagar dívidas ou consumir, o ideal, conforme o economista, é que a pessoa faça uma lista de necessidades de um ano e, depois, a relacione por ordem de prioridade. “Dessa forma, ela terá uma visão melhor do futuro e de seus gastos”, ensina o economista.
O cartão de crédito atrasado, por exemplo, tem um custo de mais de 14% ao mês. “Livrar-se desse tipo de dívida pode representar economias significativas no futuro”.
E limpar o nome faz com que a pessoa volte a ter crédito com as melhores condições de prazos e taxas, ganhando fôlego e voltando a ter a vida na normalidade. “As finanças pessoais têm a ver com a nossa qualidade de vida”, reforça.
POUPAR
Já para quem está com a vida financeira mais tranquila, ele aponta como ideal fazer uma reserva para o período crítico para o orçamento que se aproxima: IPTU, IPVA, matrícula, materiais escolares, férias e viagens.
Fonte: jcnet.com.br – https://www.jcnet.com.br/Economia/2017/11/13o-salario-deve-injetar-300-milhoes-e-maior-parte-sera-para-quitar-dividas.html