As feiras livres estão cada vez mais completas, com vários tipos de produtos e opções. E isso atrai mais e mais consumidores. Nesse domingo (7), na primeira edição de 2018 da feira dominical mais tradicional de Bauru, no Centro, esse caráter pôde ser comprovada pelo “mar de gente” que lotou a rua Gustavo Maciel (entre a Primeiro de Agosto e Júlio Prestes) e adjacências.
O bauruense aproveitou o domingo de tempo nublado, agradável para o passeio pela região central da cidade. E, se até alguns anos atrás basicamente eram encontradas apenas barracas de verduras, legumes, ovos, pastel e garapa, a variedade é bem maior hoje.
As barracas tradicionais ganharam a companhia de outras que vendem frango assado, tapioca, acarajé, pipoca e sucos.
E mais do que os novos gêneros alimentícios, também há barracas com roupas, livros, ferramentas e utensílios. O ambiente da feira permite ainda o espaço para artistas locais e até doação de animais.
Décio Alexandre Freitas, de 54 anos, é um exemplo dessa variedade. Ele vende quadros de areia e paisagem em azulejo. Os produtos dele são colocados sobre um tapete, entre as barracas. “Faz uns 12 anos que eu venho na feira. Mas percorro outras cidades da região também. Se ficar parado em um ligar só, não vende. Eu sofri um acidente na empresa em que eu trabalhava, aí parti para a arte. Faço quadros de areia com bolha de sabão, e também nos azulejos. Bastante gente para e olha, mas nem todo mundo compra”, afirma.
ASSÍDUOS
Entre os consumidores, Adílson Faria, 55 anos, é frequentador assíduo da feira livre do Centro. “A gente percebe que a feira está aumentando bastante. Antes era só na Gustavo Maciel. Hoje, já tem barracas nas ruas ao lado. Venho quase todo domingo, aproveito para passear, primeiro na Feira do Rolo, depois nessa”, comenta.
Maria de Fátima Oliveira, de 65 anos, também vai quase todos os domingos, e prefere comprar os produtos mais “tradicionais”, porém gosta da movimentação diferente que a feira vem ganhando. “Eu venho mais para comprar verduras e legumes frescos. Mas eu gosto de passear, tem sempre coisas novas aqui, isso é bom”, reitera.
FEIRA DO ROLO
Logo que a feira da Gustavo Maciel termina, no cruzamento com a rua Júlio Prestes, outra feira ocorre no mesmo horário, em frente a antiga ‘Estação da Paulista’. É a famosa Feira do Rolo, com produtos eletrônicos, roupas e ferramentas. Um dos comerciantes é Jonas Teronzi, de 60 anos, que, há pelo menos 28, faz seus negócios no local. “Sempre fiquei nesse espaço e, hoje, considero que a Feira do Rolo é um ponto turístico de Bauru. As pessoas vêm aqui por curiosidade também. Muitas vezes, algumas têm um preconceito, mas a maioria que está aqui é pessoa honesta, que trabalha certinho e está ganhando a vida”, relata. |
CANGACEIRO
Douglas Reis |
Gilvane se veste de cangaceiro na barraca de tapioca |
Outro produto que tem conquistado freguesia na feira livre é a tapioca. Pernambucano de Nazaré da Mata, Gilvane José de Oliveira Silva tem um estabelecimento em sua casa, na região do Jardim Bela Vista, e, aos domingos, tem uma barraca na feira do Centro, onde trabalha vestido de cangaceiro, em homenagem à sua terra natal.
Ele está satisfeito com a aceitação das tapiocas. “Cheguei em Bauru em 2006, depois de morar um tempo em São Paulo. Há dois anos e quatro meses vendo tapioca aqui na feira e bastante gente tem gostado, o pessoal pede até pra tirar foto, porque estou vestido de cangaceiro. Lá no estabelecimento que eu abro durante a semana, no Bela Vista, a decoração é completa e o pessoal também tira foto”, menciona.
Conforme o JC mostrou no ano passado, entre 2013 e 2017, o número de feirantes quase dobrou na cidade. São mais de 500 profissionais cadastrados pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Sagra), que atendem a 240 mil pessoas por mês, em média. Ao todo, são 44 feiras em 31 bairros da cidade, em diferentes dias da semana.
Fonte: https://www.jcnet.com.br/Geral/2018/01/1a-feira-do-ano-em-bauru-confirma-diversificacao.html